SALTO; PASSO OUSADO DO SENADO FORÇA REAÇÃO DE MOTTA SOBRE REFORMA DO IR

Do UOL, em São Paulo

 

 O Senado deu um passo ousado ao aprovar uma reforma do Imposto de Renda que pressiona a Câmara e acelera o debate sobre isenção e tributação dos super ricos, avaliou o colunista Felipe Salto no UOL News - 2ª edição, do Canal UOL.

A proposta relatada por Renan Calheiros (MDB-AL) eleva a faixa de isenção para R$ 4.990, cria descontos progressivos, taxa dividendos acima de R$ 50 mil e impõe IR mínimo para quem recebe mais de R$ 600 mil por ano. O texto também prevê compensação para municípios e refinanciamento de dívidas para pessoas físicas de menor renda.

O projeto, basicamente, que o senador Renan Calheiros acabou encampando, incorpora o teor original da medida proposta pelo próprio Ministério da Fazenda. Nesse aspecto é positivo, porque a Câmara está enrolando já há bastante tempo e não avança com esse tema.

Na parte de questões políticas e do que pode estar motivando, além do mérito em si, é bom. Como o Senado dá esse passo mais ousado, isso já provoca reações lá do presidente Hugo Motta, que certamente vai acelerar a tramitação na Câmara dos Deputados.

Para o governo é positivo, porque essa é uma promessa de campanha, A faixa de isenção, de fato, está defasada e os R$ 5 mil acabariam corrigindo uma boa parte disso. Ao mesmo tempo, a tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o IRPF-M, como está sendo chamado, também está na direção correta.

Se você pegar hoje a distribuição de renda e a tributação que incide sobre cada pedacinho dessa distribuição, os mais ricos, que são cerca de 135 mil pessoas, pagam uma alíquota efetiva de 2,5%. É um disparate? A alíquota de 27,5% incide para os pobres mortais. Mas para os ricos, de fato, o pagamento é 2,5%. É bom que o projeto avance, pois pode ajudar a aumentar a progressividade no sistema de tributação da renda.Felipe Salto, colunista do UOL

O colunista Leonardo Sakamoto destaca a disputa política entre Senado e Câmara e ressalta a importância da janela de tempo para que a reforma passe a valer já no próximo ano.

É claro que o Senado está passando um recadinho: 'olha, vocês não andaram, a gente andou'. Mas a Câmara já está analisando o projeto deles lá, que teve como relator o próprio Arthur Lira. Na verdade, é difícil imaginar que indo para a Câmara, ela vai tramitar o projeto do Senado e não o dela.

É mais um recado político do que, propriamente dito, acelerar. A matéria é fundamental. Há uma janela aí também. Não podemos esperar muito para poder valer no próximo ano. Quando se muda um imposto, há um tempo para poder executar. Isso interessa a mais de 10 milhões de pessoas. É uma mudança significativa.

Precisamos botar ordem nisso aí, porque senão o Brasil continuará tendo um grupo de pessoas que controla as coisas dentro das suas cabines protegidas e o resto remando. No momento de crise, quem está remando é quem acaba se estrepando mais. E o resto está lá com bote salva-vidas. O problema desse projeto não é a aprovação de R$ 5 mil; é a compensação. Temos que ficar de olho, porque na hora H o pessoal pode proteger o super rico de novo.Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Salto ressalta que o governo precisa aprovar logo a reforma para garantir arrecadação extra já em 2026 e explica detalhes do Refis e da compensação para municípios.

Se o mérito está correto, para que deixar para 2027? Tem que aprovar o quanto antes para começar a valer no ano que vem. Até porque a compensação no primeiro ano de vigência rende para o governo uma arrecadação adicional.Felipe Salto, colunista do UOL

Quero ver como será a festa de final de ano dos partidos agora. O PL votou em peso a favor. E aí, no Senado, o pessoal vota agora contra. É claro, no meio do caminho havia uma manifestação. O pessoal do Senado vai pagar de bom moço e aparecer no voto do eleitorado que votou contra a corrupção. Mas como explicar que os correligionários na Câmara votaram a favor da PEC?Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.


GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

Postar um comentário

0 Comentários