CURITIBA: A CAPITAL BRASILEIRA CONSTRUÍDA SOB UMA TRAMA DE FALHAS GEOLÓGICAS QUE POUCOS CONHECEM


Escrito por Bruno Teles

Sabia? Curitiba, uma importante capital brasileira, repousa sobre falhas geológicas! 

Entenda a geologia, os tremores e as implicações

Sob a moderna paisagem urbana de Curitiba, uma complexa rede de falhas geológicas define o subsolo desta importante capital brasileira. Entenda a geologia, os riscos sísmicos associados e os desafios para o planejamento urbano da cidade.

Curitiba, a capital do estado do Paraná, é amplamente reconhecida por seu planejamento urbano inovador e pela alta qualidade de vida que oferece. No entanto, uma característica geológica fundamental e surpreendentemente pouco conhecida por muitos de seus habitantes é que esta capital brasileira repousa sobre uma intrincada e complexa trama de falhas geológicas.

A afirmação de que Curitiba seria a única capital brasileira diretamente sobre uma falha geológica e o desconhecimento geral sobre este tema instigam uma análise mais aprofundada. Conheça a realidade geológica sob os pés dos curitibanos, explorando suas implicações para a segurança e o desenvolvimento da cidade.

Bacia Sedimentar e seu complexo sistema de falhas geológicas

Curitiba está localizada sobre a Bacia Sedimentar de Curitiba, uma depressão tectônica com aproximadamente 3.000 km². Esta bacia foi preenchida principalmente por sedimentos da Formação Guabirotuba, depositados entre 42 e 33 milhões de anos atrás. A gênese da bacia como um graben (bloco rebaixado) foi controlada por falhas normais com orientação predominante Nordeste-Sudoeste.

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O embasamento rochoso é cortado por falhas e fraturas, e eventos tectônicos posteriores também causaram novos falhamentos ou reativaram falhas preexistentes que afetam diretamente os sedimentos sob a cidade, como a Falha do Rio Barigüi. Além disso, o importante Sistema de Falhas Cubatão-Lancinha atravessa a região.
Curitiba é um caso único? Comparando a situação geológica com outras capitais brasileiras


A alegação de que Curitiba é a “única” capital brasileira diretamente sobre uma falha geológica precisa ser analisada com cautela. O Brasil, embora situado no interior de uma placa tectônica, possui diversas falhas intraplaca ativas. Regiões como o Nordeste, com a Falha de Samambaia próxima a Natal (RN), têm histórico de sismicidade. Outras capitais também estão em bacias sedimentares ou próximas a grandes sistemas de falhas.

A distinção de Curitiba pode residir mais no nível de detalhamento dos estudos geológicos recentes sobre sua bacia urbana e na divulgação desses achados do que em uma exclusividade geológica absoluta em comparação com outra capital brasileira.

O chão que pode tremer: o histórico de sismicidade e os riscos sísmicos para Curitiba

A região de Curitiba possui registros de atividade sísmica. Um evento notável foi um tremor de magnitude 4.5 na escala Richter, com epicentro possivelmente entre São José dos Pinhais e Mandirituba. Adicionalmente, houve sismicidade induzida pela Usina Hidrelétrica Capivari-Cachoeira (1971-1979) a nordeste da cidade.

De acordo com a norma ABNT NBR 15421:2006, Curitiba está classificada na Zona 1, caracterizada por um perigo sísmico baixo a moderado. Embora não elevado, este risco não é desprezível e necessita ser considerado no planejamento urbano e projetos de edificações desta capital brasileira.

O monitoramento sísmico e a resiliência da capital brasileira paranaense

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O monitoramento sísmico no Brasil é realizado por redes como a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e o Centro de Sismologia da USP. No entanto, para uma avaliação precisa do risco em Curitiba, seria ideal uma maior densidade de estações sismográficas locais e estudos de microzonamento sísmico, que analisam como diferentes tipos de solo podem amplificar as ondas sísmicas.

Uma aparente lacuna existe na legislação urbanística municipal de Curitiba (Plano Diretor e Código de Obras). Com base nos documentos fornecidos, não foram encontradas menções explícitas ao risco sísmico ou à obrigatoriedade de seguir a NBR 15421, o que representa uma desconexão entre o conhecimento técnico e as políticas públicas locais.

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