| Dalva Maria Lucena da Silveira |
Dalva voltou aos estudos depois de 40 anos. Ela concluiu o primário (ensino fundamental) em Osório, município do Rio Grande do Sul, onde nasceu. “Sempre quis fazer magistério, mas na época só tinha de manhã. Eu tinha que trabalhar. Depois veio o casamento e resolvi me dedicar a minha família, o sonho foi ficando para trás”, contou.
Mas a vocação não a abandonou. De uma forma ou de outra o sonho de trabalhar com crianças continuou na sua vida. Tanto que ela ajuda na coordenação de uma escola de educação infantil.
EJA - Colégio Estadual Dom Áttico Eusébirio da Mota,
na foto a aluna Dalva Maria Lucema de Oliveira e a professora Tania
Mraia Vilkas. 16-01-14. Foto: Hedeson Alves
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Com o incentivo dos colegas de trabalho, em 2012, Dalva resolveu participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ela foi tão bem que conseguiu proeficiência de algumas disciplinas para concluir o ensino médio. O exame permite que o candidato, com mais de 18 anos, consiga a certificação ao alcançar o mínimo de 450 pontos em cada uma das quatro áreas do conhecimento e o mínimo de 500 pontos na redação.
No ano passado, matriculou-se na Educação de Jovens e Adultos para conseguir o certificado de conclusão. Ela frequentou as disciplinas de Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Estrangeira Moderna. “É bom voltar a estudar, não apenas por um certificado, mas por que eu estava aprendendo’, comentou a futura pedagoga.
“Ela é muito dedicada, não faltou uma aula e sempre ia além dos conteúdos que trabalhávamos. É um orgulho quando vemos um aluno que consegue uma promoção por conta da escola”, destacou Tânia Vilkas, professora de Inglês do Colégio Estadual Dom Attico Eusébio da Rocha, na Vila Lindóia, em Curitiba, onde Dalva estudou.
Tanto a professora quanto a aluna lembram que o sucesso do aluno é uma soma de fatores, como o interesse do aluno, uma estrutura adequada da escola e o trabalho do professores. “Os professores são muito bons, são uns heróis, me ajudaram bastante nas aulas, principalmente na redação”, disse Dalva.
Na rede estadual de ensino, mais de 300 escolas ofertam a educação de jovens e adultos, além dos 100 Centros Estaduais de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja) em todo o Paraná. Foram quase 60 mil matrículas no ano passado, número que praticamente dobrou nos últimos três anos.

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