DIAGNOSTICADO COM CÂNCER, BOLSONARO DESEJAVA QUE DILMA MORRESSE DA DOENÇA EM 2015

Jair Bolsonaro e sua família já tinham conhecimento do câncer e optaram por revelar apenas agora, no momento mais conveniente? A tática da “vitimização hospitalar” é um recurso recorrente do ex-presidente sempre que se vê acuado pela Justiça. Vale lembrar que, no passado, ele chegou a declarar abertamente que desejava a morte de Dilma Rousseff por câncer

Por Felipe Borges

Diagnosticado nesta quarta-feira (17) com câncer de pele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) carrega no histórico declarações que hoje soam ainda mais brutais. Em 2015, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, afirmou em plenário: “Espero que o mandato dela acabe hoje, infartada ou com câncer, ou de qualquer maneira”.

A “torcida pelo câncer” não foi episódio isolado. Em 2018, durante sua campanha presidencial, Bolsonaro chegou a bradar em palanque o desejo de “metralhar a petralhada do Acre”. A morte do adversário político, seja por arma ou por doença, sempre foi recurso retórico em seus discursos.
O diagnóstico

Segundo o médico Claudio Birolini, responsável por acompanhar sua saúde, exames recentes detectaram duas lesões compatíveis com carcinoma de células escamosas em estágio inicial. O resultado foi obtido após procedimento realizado no domingo (14), no Hospital DF Star, em Brasília, quando Bolsonaro passou cinco horas para a retirada de oito lesões.

“Duas das lesões vieram positivas para o carcinoma de células escamosas, que não é nem o mais bonzinho e nem o mais agressivo, mas, ainda assim, é um câncer de pele”, explicou Birolini. Ele ressaltou que as células estão in situ — restritas ao tecido original, sem sinais de metástase. As lesões foram localizadas no tórax e em um dos braços, consideradas “precoces” e exigindo apenas acompanhamento periódico.

O ex-presidente voltou ao hospital na terça-feira (16), após apresentar mal-estar, queda de pressão, vômitos e soluços persistentes, permanecendo em observação. Exames adicionais confirmaram anemia por deficiência de ferro e resquícios de uma pneumonia recente, além de condições já conhecidas, como hipertensão, refluxo e risco de broncoaspiração. O tratamento atual inclui reposição de ferro por via endovenosa e acompanhamento clínico.

Saúde e política

O diagnóstico chega em momento de fragilidade inédita para Bolsonaro. Na última semana, ele foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, formação de organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Desde agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, mas as sucessivas internações ampliam a pressão por avaliações mais detalhadas sobre suas condições de saúde.

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