DEFESA DE GERENTE DEMITIDO ABRE PROCESSO CONTRA FÁBIO DE MELO E CAFETERIA DE JOINVILLE

Informação foi divulgada pelo sindicato que defende a categoria, que é responsável por oferecer apoio jurídico ao trabalhador demitido

Fernanda Silva
fernanda.silva@nsc.com.br

O desabafo do padre Fábio de Melo sobre um suposto mal atendimento em cafeteria de Joinville pode terminar em decisão judicial. Isso porque a defesa do gerente demitido, oferecida pelo sindicato da categoria, já deu início a uma ação cível contra o sacerdote e influenciador digital. Um processo trabalhista também foi iniciado contra a empresa onde o gerente trabalhava, a Havana.

A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, restaurantes, bares e similares (Sitratuh) nas redes sociais durante a quinta-feira (29). A entidade afirma que tem dado suporte ao trabalhador desde o início do caso, inclusive com a assessoria jurídica que já iniciou os processos.

Confusão com padre Fábio de Melo foi em cafeteria de Joinville

                 Foto: NSC Total
Loja fica em Joinville, no Norte de Santa Catarina (Foto: NSC Total)


Foto: Reprodução, Redes Sociais)
Confusão com padre Fábio de Melo foi em cafeteria de Joinville 

O caso teve início quando o padre Fábio de Melo usou uma rede social para afirmar que teria sido mal atendido pelos funcionários da cafetaria Havana, em Joinville, que o gerente teria sido arrogante com ele. Segundo o relato do padre, o valor da compra foi superior ao preço da prateleira. Após repercussão nas redes sociais, a empresa afirmou, por meio de nota, que o funcionário havia sido demitido na segunda-feira (12). O atendimento teria ocorrido dois dias antes.

Já o ex-gerente afirmou que sequer conversou com o padre dentro da loja. De acordo com ele, o sacerdote teria entrado na cafeteria e um homem da equipe do padre teria ido até o caixa com duas latas de doce de leite para questionar o preço. Na prateleira, segundo ele, os produtos estão precificados sem detalhamento do item na placa de valor.

— No dia seguinte à demissão, ele procurou o sindicato e foi acolhido. Estava profundamente abalado e imediatamente a presidente encaminhou para o jurídico para as providências. A ação cível contra o influenciador religioso já foi distribuída, e está em trâmite agora, para ingresso, a ação trabalhista contra a empresa — afirma o advogado Eduardo Toccillo. Além dos processos, o sindicato também publicou nota de repúdio sobre o episódio.

Para a defesa do gerente, os influenciadores como o padre Fábio de Melo se utilizam dessa condição pública para fazer “exposed”, ou seja, expor pessoas online e, muitas vezes, acabam destruindo reputações, segundo Toccillo.

O advogado também cita que a empresa onde o gerente trabalhava, e alvo da reclamação, teria tentado se blindar da repercussão do vídeo do influenciador e acabou jogando a culpa no empregado.

“Informações posteriores noticiadas pela imprensa dão conta de que parte do relato divulgado pelo influenciador não condiz com a realidade dos fatos, agravando ainda mais a injustiça cometida contra o empregado, que teve sua imagem profissional manchada sem qualquer chance de defesa”, publicou o sindicato por meio de nota em 22 de maio.

— É importante que essa repercussão sirva para alguns aprendizados principalmente para influenciadores digitais […] e empresas também, que tentam fugir dessa exposição e ao invés de resolver o problema efetivamente, colocam, tentando se blindar, a culpa nos trabalhadores. Então que esse caso sirva de lição — cita Toccillo.

O Sintratuh não detalhou por quais delitos os processos foram iniciados. Em nota publicada no dia 22 de maio, a entidade rechaçou a demissão do gerente que, segundo o sindicato, teria sido motivada por pressões externas ou estratégias de marketing

“Atribuindo-lhe de forma indevida e extremamente gravosa a responsabilidade por situações e atos alheios à sua conduta. A dignidade do trabalho e do trabalhador deve sempre prevalecer sobre interesses circunstanciais ou reputacionais”, diz nota.

A reportagem do NSC Total entrou em contato com a assessoria do padre Fábio de Melo e, também, com a Cafeteria Havana, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.


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