MILEI DEVE PROPOR DISCUSSÃO DE ACORDO COMERCIAL MERCOSUL E ESTADOS UNIDOS

Entre as razões que motivam o início de uma negociação de acordo com os EUA estão o fato de o setor privado desejar isso, de países terem superávit com os EUA e de o presidente argentino buscar novas oportuindades para a economia do país em recuperação

Estela Benetti

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Javier Mieli falou esta semana sobre o interesse de um acordo comercial Mercosul e EUA (Foto: Instagram, Reprodução)

Começa a vigorar na próxima semana a presidência pro tempore do Mercosul sob a gestão do presidente da Argentina, Javier Milei. A expectativa é de que ele deverá propor o início de uma discussão de acordo comercial entre o Mercosul e os Estados Unidos. A informação é do conselheiro da embaixada do Brasil na Argentina, Leonardo Valverde, que durante webinar sobre negócios entre Brasil e Argentina, nesta quinta-feira, disse que esta semana, tanto Milei quanto o chanceler argentino Gerardo Werthein fizeram manifestação sobre esse interesse do país.

O webinar foi promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para discutir mudanças adotadas pelo governo argentino que facilitam os negócios entre os dois países. O evento foi aberto pelo presidente da federação catarinense, Mario Cezar de Aguiar, que ressaltou a relevância do aprofundamento das relações comerciais bilaterais e a participação de especialistas argentinos demonstrando, uma a uma, as mudanças implementadas por Milei nas operações aduaneiras, cambiais e operacionais. Participaram líderes de entidades privadas, empresas e o diplomata brasileiro Leonardo Valverde. Entidades empresariais se manifestaram a favor do acordo.

– Não houve, vou deixar claro, até o momento uma formalização dentro das normas do Mercosul para o início de uma discussão. O que eu imagino, baseado nas manifestações dessas novas autoridades argentinas, é que assim que tiver início a presidência pro tempore da Argentina, na próxima semana, o governo argentino deverá propor o início dessa reflexão, inicialmente dentro do Mercosul, para a definição, eventualmente, se houver consenso. As normas do Mercosul exigem, além do consenso, de um mandato negociador, de parâmetros para uma negociação – afirmou o conselheiro Valverde.

Segundo ele, isso exigirá também do ponto de vista brasileiro, um processo de consulta amplo junto aos órgãos do governo brasileiro envolvidos, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Ministério da Agricultura e o setor privado.

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