SURTO DE HEPATITE A EM CURITIBA JÁ ATINGE 353 PESSOAS, A MAIORIA HOMENS JOVENS

Boletim do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado nesta segunda-feira (24/6), registra 15 confirmações a mais de Hepatite A no período de uma semana. No total, 353 casos foram identificados na cidade entre janeiro e 21 de junho, a maioria entre homens jovens, na faixa etária de 20 a 39 anos. O surto de Hepatite A em Curitiba também registrou cinco óbitos e um transplante hepático em decorrência da doença.

Nas últimas duas semanas, a SMS ampliou a investigação das causas do surto enviando mensagem pelo App Saúde Já Curitiba àqueles que tiveram a confirmação da Hepatite A. Resultados preliminares desse estudo confirmam que o foco principal da transmissão se refere a práticas sexuais, o que reforça a necessidade de atenção à prevenção.

“A principal forma de prevenção é a higiene, tanto na lavagem das mãos com água e sabão antes de comer e após ir ao banheiro, como nas práticas sexuais, que precisam de cuidados de higiene e também devem ser protegidas”, alerta o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

O potencial de transmissão da Hepatite A se refere ao tempo em que o vírus permanece ativo nas fezes da pessoa que foi contaminada, por até cinco meses, mesmo depois de não apresentar mais sintomas da doença. No surto de Curitiba, a principal forma de transmissão tem sido através do contato sexual oral/anal e oral/vaginal com pessoas contaminadas.

Sintomas

Entre os sintomas mais frequentes, relatados pelas pessoas que responderam ao inquérito da epidemiologia, estão a falta de apetite, mal-estar geral, enjoo, febre e fadiga, além da evolução para olhos e pele amarelados, urina escura e fezes esbranquiçadas.

“Os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de muitas viroses. Para o diagnóstico diferencial, é essencial que a pessoa procure atendimento de saúde”, explica Oliveira.

Com sintomas leves, é possível buscar atendimento pela Central Saúde Já – 3350-9000. Após classificação de risco, realizada por um profissional de saúde da Central, poderá ser realizada uma consulta médica por telefone ou vídeo, através do aplicativo Saúde Já Curitiba. Se necessário, o médico vai solicitar exames complementares em uma unidade de saúde ou ainda, se o caso for grave, vai encaminhar o paciente para atendimento em uma UPA de Curitiba.

Hospitalizações

O surto de Hepatite A em Curitiba tem registrado casos graves, que precisaram muitas vezes de hospitalização. Entre os 353 pacientes confirmados, 209 foram internados (59,2%) e 12 precisaram de cuidados intensivos em UTI (3,4%).
Prevenção

No Sistema Único de Saúde (SUS) existe vacina contra a Hepatite A no calendário vacinal das crianças e também para públicos específicos, como pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados, doadores de órgãos sólidos e alguns casos de imunossupressão. Quem já foi imunizado na infância está protegido contra a doença, assim como quem já contraiu o vírus A da Hepatite. Para os demais públicos, esse imunizante está disponível em clínicas privadas.

Além da vacinação, o ideal é prestar atenção às formas de prevenção da Hepatite A.Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

Lavar constantemente as mãos com água e sabão, incluindo após o uso do sanitário, de trocar fraldas e antes do preparo de alimentos;

Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por pelo menos 10 minutos;

Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos-do-mar e peixes;

Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;

Usar instalações sanitárias;

No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.

Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;

Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;

Vacinar as crianças de 1 a 5 anos contra a Hepatite A, imunização prevista no calendário nacional do SUS.

Pessoas vivendo com HIV/Aids, candidatos a transplantes, doadores de órgãos sólidos, imunossuprimidos também podem se vacinar contra a Hepatite nos Centros de Referências de Imunobiológicos (Crie).


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