ONU ACUSA ISRAEL DE NEGAR ACESSO DE AUXÍLIO A GAZA

Fome total toma conta do norte do enclave com 2,3 milhões de pessoas

Imagem: Mohammed Abed | AFP


Reuters

Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel neste domingo (5) de continuar a negar o acesso humanitário da entidade à Faixa de Gaza, onde a diretora do programa alimentar da ONU alertou que uma “fome total” tomou conta do norte do enclave com 2,3 milhões de pessoas.

Embora não seja uma declaração formal de fome, a diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial, Cindy McCain, disse – em entrevista à NBC News transmitida neste domingo: “Há fome, fome total, no norte, e está se movendo em direção ao sul”.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de McCain.

O chefe da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, acusou Israel neste domingo de continuar a negar o acesso de ajuda das Nações Unidas, em Gaza.

Comboios atacados

“Só nas últimas duas semanas, registramos 10 incidentes envolvendo disparos contra comboios, detenções de funcionários da ONU, incluindo situações em que foram intimidados, despidos, ameaçados com armas e longos atrasos em postos de controle, forçando os comboios a viajar durante a noite ou abortar”, publicou Lazzarini na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de Lazzarini.

Lazzarini também apelou “ao Hamas e a outros grupos armados para que parem com quaisquer ataques às travessias humanitárias, evitem o desvio de ajuda e garantam que a assistência chegue a todos os necessitados”.

Os militantes do Hamas assumiram a responsabilidade neste domingo por um ataque que fechou a principal passagem de ajuda humanitária para Gaza.
Esperança de cessar-fogo parece distante em negociações no Cairo

Um cessar-fogo em Gaza parecia distante neste domingo (5), com o Hamas exigindo o fim da guerra em troca da libertação de reféns, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartando categoricamente essa possibilidade.

Os dois lados culparam-se mutuamente pelo impasse e a delegação do Hamas disse que deixaria as negociações de trégua no Cairo na noite deste domingo para consultar a sua liderança.

No segundo dia de negociações com mediadores do Egito e do Catar, os representantes do Hamas mantiveram a posição de que qualquer acordo de trégua deve pôr fim à guerra, disseram autoridades palestinas.

Autoridades israelenses não viajaram ao Cairo para participar de diplomacia indireta, mas neste domingo Netanyahu reiterou o objetivo de Israel desde o início da guerra, há quase sete meses: desarmar e desmantelar o movimento islâmico palestino Hamas para sempre ou então colocar em risco a segurança de Israel no futuro.

O primeiro-ministro disse que Israel está disposto a interromper os combates em Gaza a fim de assegurar a libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, estimados em mais de 130.

Em um sinal de que esta rodada de negociações poderá terminar em breve, um responsável palestino próximo do esforço de mediação disse à Reuters neste domingo: “se Netanyahu não mudar de ideia, não haverá razão para ficar. Eles sempre poderão se reunir novamente se isso mudar”.

“A última rodada de mediação no Cairo está quase colapsando”, disse à Reuters uma autoridade com conhecimento do assunto.


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