DETALHES DA ABIN PARALELA DE BOLSONARO

Drones, softwares, câmeras: extensão e gravidade do esquema ilegal


LEANDRO DEMORI

Acaba de ser levantado o sigilo da cautelar que autorizou as buscas e apreensões que aconteceram hoje no caso da “Abin paralela” de Jair Bolsonaro. Os poucos detalhes que revisitaram dão conta de um esquema jamais visto na história do Brasil.

A tecnologia disponível hoje faz desse caso o maior escândalo de espionagem ilegal da nossa história. Já são mais de 60 mil registros de espionagem apenas em um dos softwares usados ilegalmente, o First Mile, israelense. Isso em um intervalo de tempo de apenas dois anos.

Segundo as investigações que agora vêm à tona, eram usados ao menos três programas espiões (um de geolocalização, um para monitoramento de navegação de computador e outro para sequestro de dados). Todos, repito, de modo ilegal.

Segundo a cautelar da Justiça – a pedido do Ministério Público Federal, ladeado por uma investigação da Polícia Federal – os objetivos do esquema de espionagem era usar as informações coletadas sobretudo para:

1. Uso privado da família Bolsonaro, municiando os mesmos de informações obtidas de modo ilegal para uso em processos judicias e contra pessoas;

2. Alimentar as redes sociais (gabinete do ódio, “imprensa” amiga) com dossiês contra adversários para desmoralização pública.

O relato do que aconteceu nos porões da Abin de Ramagem, Bolsonaro e Heleno é chocante. Além dos programas espiões, os agentes que se envolveram nessas ilegalidades usaram drones e câmeras para monitorar adversários. É tudo chocante pela gravidade e pela certeza de impunidade. Grave, MUITO grave.

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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