MÃES CURITIBANAS ENCONTRAM APOIO DA PREFEITURA PARA SUPERAR DIFICULDADES. CURITIBA VOLTADA PARA A CIDADANIA

06/05/2022
Mães curitibanas encontram apoio da Prefeitura para superar dificuldades. Na imagem, Vanessa Fernandes da Costa Moreira, garçonete no bistrô Boi and Beer. Curitiba, 06/05/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS

Em Curitiba, mulheres e mães encontram apoio na rede socioassistencial e do trabalho e emprego para cumprir desafios como o de cuidar, chefiar e até sustentar suas famílias. Conforme os dados do Cadastro Único, sistema do governo federal atualizado pelos municípios e que permite traçar o perfil de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade, a capital tinha, em março, 73.265 mães chefes de famílias. Destas, 32.238 eram beneficiárias do Auxílio Brasil.

A principal porta de entrada para serviços ofertados pelo município para as mães, assim como para todo cidadão em vulnerabilidade social, são os Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Nessas unidades, coordenadas pela Fundação de Ação Social (FAS), elas encontram serviços de proteção básica, entre eles o cadastro para acesso a benefícios, alimentos, roupas, vale-transporte e até a oferta de grupos de convivência, onde podem participar de atividades, assim como seus filhos.

Curitiba tem ainda unidades que atendem mulheres vítimas de violência e mulheres em situação de rua e oferece programas de apoio à empregabilidade e de qualificação para o trabalho.

“Trabalhamos para que as mulheres e mães encontrem o apoio necessário para a superação de vulnerabilidades e possam alcançar a autonomia que precisam para ter uma vida digna e com qualidade”, explica o presidente da FAS, Fabiano Vilaruel.

Conquista da autonomia

Mãe de um menino de 14 anos, Vanessa Fernandes da Costa Moreira, 39 anos, encontrou no Cras o apoio para recomeçar uma nova vida. Moradora do bairro Abranches, ela começou a ser atendida pela FAS em 2008, mas foi no ano passado que mais precisou de apoio, depois de um processo de separação.

Ex-manicure e pedicure, Vanessa recebeu cesta básica e foi encaminhada para cursos no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Com certificado nas mãos dos cursos de manutenção de alimentos e garçonete, ela foi encaminhada pela FAS para um processo seletivo e conquistou a vaga de garçonete em um bistrô que estava abrindo uma nova loja e teve o apoio do município para a formação de colaboradores.

Vanessa contou ainda como foi o encaminhamento da FAS para isenção das taxas cobradas para a confecção dos documentos exigidos na contratação.

“Graças a Deus deu tudo certo. Tive muita ajuda e assessoramento da equipe e há cinco meses estou trabalhando”, conta Vanessa, orgulhosa.

“Foi uma oportunidade de recomeçar, porque eu estava depressiva e esse novo emprego, onde tenho contato com o público, me renovou.”

SUPERAÇÃO

Mãe de sete filhos e avó de dois netos, Sônia Andrade de Almeida, 50 anos, também é o retrato de muitas mães curitibanas e foi com o apoio da FAS que conseguiu superar um quadro grave de depressão e depois encaminhar os filhos mais velhos para cursos e trabalhos como aprendizes.

Natura de Santa Helena, Norte do Paraná, Sônia chegou a Curitiba ainda criança, junto com a mãe e mais oito irmãos. Há 12 anos ela contou com o apoio do Cras, em Santa Felicidade, onde começou a participar de grupos de convivência para afastar a tristeza que sentia pela perda da filha mais velha. “Eu vegetei durante três anos, não tomava banho e pensei em me suicidar. Quando as meninas do Cras souberam que eu estava doente foram na minha casa me chamaram para participar de cursos. Comecei a ir nos grupos de dança, artesanato, pintura em tecido. Fiz curso de confeiteira e salgadeira, tudo para não ficar em casa”, conta.

Com acompanhamento médico, a mulher recuperou a saúde, mas um ano depois precisou enfrentar um novo drama, o início do alcoolismo do marido, do qual se separou mais tarde, mas que durante muitos anos foi seu apoio nos cuidados com os filhos.

Viúva há seis anos, Sônia fez curso de cuidadora de idosos e também de farmácia e há três anos se formou em enfermagem. Atualmente ela cuida de uma senhora de 99 anos, de segunda a sexta-feira. Os fins de semana ela passa com os filhos e netos, na casa própria ainda em construção, no bairro Mossunguê.

Sônia teve ainda o apoio do Cras para encaminhar cinco filhos para aprendizagem, alguns deles hoje com curso superior. “Isso foi uma maravilha para os meus filhos. Moro em local que tem violência, mas isso garantiu que eles estivessem sempre estudando e trabalhando, longe dos riscos da rua”, diz.

COMO ACESSAR A REDE CRAS

Curitiba conta com 39 Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Nessas unidades as mães e toda a população podem fazer o Cadastro Único para acesso aos benefícios sociais, como subsídio alimentar/cesta básica, Benefício de Prestação Continuada (BPC) – para idosos, com 60 anos ou mais -, vale-transporte e a serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, que incluem os filhos, assim como com a comunidade onde vivem.

Nos Cras são realizadas reuniões, palestras, oficinas, atividades de artesanato, de esporte, lazer e entretenimento, nas quais as mulheres podem conviver com outras pessoas e vivenciar novas e diferentes experiências.

É também nos Cras que a população pode acessar o serviço do Disque Solidariedade, para receber doações de roupas, calçados, eletrodomésticos, móveis.

Mulheres idosas ou com deficiência, assim como homens, podem receber atendimento em domicílio, em função da fragilidade dos vínculos familiares e sociais ou pela ausência de acesso a possibilidades de inserção social e comunitária.

Creas

Curitiba tem dez Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) que fazem o trabalho de apoio, orientação, proteção e acompanhamento de famílias, com um ou mais de membros em situação de ameaça, ou violação de direitos.

Entre as violações estão a violência física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; cumprimento de medidas socioeducativas ou de proteção; abandono; trabalho infantil, discriminação decorrente de orientação sexual e/ou raça/etnia; situação de rua e mendicância.

Mulheres vítimas de violência, atendidas nos Creas podem ser encaminhadas para acolhimento na Pousada de Maria, com ou sem os filhos, assim como para serviços de outras políticas públicas (saúde, educação, trabalho e emprego), que permitam a reconquista da autoestima e de autonomia.

A FAS também oferece acolhimento para adolescentes, inclusive aquelas que se tornam mães; mulheres em situação de rua e desabrigo, com transtorno mental, deficiência intelectual ou motora, e para mulheres idosas.

FAS para Elas

Projeto da Prefeitura, desenvolvido pela FAS em forma de piloto, no bairro Caximba, na Regional Tatuquara, que qualifica mulheres para superação de vulnerabilidades.

Reúne uma série de ações de apoio à empregabilidade e capacitação profissional, além de promover espaços de reflexão, desenvolvimento de habilidades sociais e até reconhecimento pessoal.

As atividades são realizadas durante dois encontros semanais, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Caximba, localizado em uma área de baixo índice de desenvolvimento social.

O objetivo é fazer com que as mulheres que participam do projeto superem gradativamente as vulnerabilidades sociais que vivenciam, por meio do despertar de sonhos, habilidades e para a construção de novos planos de vida.

Trabalho, Emprego e Renda

Por meio do programa Liceu de Ofícios, a FAS oferta cursos gratuitos de formação e qualificação profissional, em diversas áreas, para mulheres e toda a população para acesso ou reinserção no mundo do trabalho.

O objetivo é a promoção de novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, para ampliar as condições de empregabilidade e geração de renda.

Vários cursos são destinados ao público feminino, na área de corte e costura, artesanato, beleza, área administrativa, gestão de pessoas, ética, cuidador de idosos, informática, etc.

Somente este mês são ofertadas 2.782 vagas em 33 cursos gratuitos de desenvolvimento profissional e comportamental, em parceria com o Centro de Integração Empresa/Escola (CIEE), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep-PR) e a Fecomércio.

Sine

Até este sábado (7/5), mães que estão desempregadas estão recebendo atendimento exclusivo em um posto temporário do Sistema Nacional de Emprego (Sine) no Shopping Estação, no Centro. A ideia é encaminhar as mulheres para vagas de emprego ofertadas pelos lojistas do centro comercial, mas também para vagas cadastradas no sistema nacional.

A ação, que tem o objetivo te comemorar o Dia das Mães, segue depois até o dia 3 de junho, desta vez com atendimento para toda a população.

A unidade funciona no piso L2 do shopping, ao lado do teatro Ebanx Regina Vogue. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados, das 10h às 14h.

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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