OITO EMPRESAS CONFIRMAM SAÍDA DO ESPAÇO PUBLICITÁRIO DA JOVEM PAN

Movimento Sleeping Giantes afirmou que já tirou oito anunciantes da emissora de notícias

Rodrigo Constantino (Reprodução)

O perfil Sleeping Giants Brasil, que se autointitula como um movimento de consumidores contra o financiamento do discurso de ódio e das fake news no Twitter, criou uma rede para para desmonetizar a Jovem Pan, que também foi alvo de uma decisão radical do YouTube. A campanha do Sleeping Giants Brasil para desmonetizar a Jovem Pan conseguiu fazer mais dois anunciantes desistirem de anunciar no canal.

Com o afastamento da operadora OI, Sandália Ipanema e do portal iG, já são 8 empresas que se afastam da Jovem Pan desde quarta-feira passada (21/12). As primeiras foram TIM, Quinto Andar, Natura, Ponto Frio e Burger King. A emissora de notícias é apontada pelo movimento como fonte de conteúdos nocivos e golpistas, alinhados a pensamentos de extrema-direita.

Usando a pressão das redes sociais, o Sleeping Giants Brasil tem apelado diretamente aos anunciantes com um vídeo que mostra comentaristas da Jovem Pan dando apoio a atos golpistas nos EUA e no Brasil, e indicando que as vitórias dos presidentes Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva teriam sido fraudes.

A narrativa de fraude eleitoral tem incentivado extremistas a viajarem até Brasília para criar caos. A situação escalou com quebra-quebras e incêndios na capital, seguida por uma tentativa de ataque à bomba, que resultou na prisão do bolsonarista George Washington Oliveira Sousa por terrorismo.Sikêra Jr. revela decisão judicial contra 

Por sua vez, a direção da Jovem Pan não perdeu tempo e emitiu um comunicado na tentativa de diminuir o atrito existente entre a emissora e o novo Presidente da República. Nele, além de se distanciar do discurso golpista pregado por grande parte de seus jornalistas ao longo dos últimos meses, o canal de notícias afirmou seu compromisso com a democracia.

Por meio de suas redes sociais e também pela TV, a Jovem Pan iniciou falando sobre a legitimidade da eleição de Lula e também da importância da divergência de ideias: “O próximo dia 1º de janeiro abrirá mais um capítulo na história da nossa República. Um novo governo tomará posse, e, nos termos do artigo 78 da Constituição de 1988, estabelecerá o compromisso de ‘manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil’. Não podemos e nem devemos ignorar o óbvio e imaginar que todos, da noite para o dia, vão convergir, mas é imprescindível que essa divergência seja mantida no campo das ideias e do respeito às Instituições e à Constituição”.

“Não há espaço para ameaças, violência ou para que se coloque sob suspeita a realização da transição de governo, que seguramente acontecerá no próximo domingo. É por isso que a Jovem Pan, há décadas, abre espaço para o mais amplo debate em seus jornais e programas, pois entendemos que as cores que compõem a nossa democracia vão muito além do verde, do amarelo e do vermelho. Porque acreditamos que as ideias vão se somar e nos permitir construir, inclusive por meio da divergência, um país melhor e uma democracia ainda mais forte”, continuou.

Por fim, o canal de notícias disse ser contra todo e qualquer ato golpista: “Neste momento de narrativas que se chocam, é preciso reforçar o óbvio e dizer que a Jovem Pan não faz coro e não endossa qualquer lampejo golpista, ato de violência ou o uso retórico irresponsável de instrumentos constitucionais como o artigo 142 da Constituição. A Jovem Pan nunca vai apoiar qualquer manifestação que caminhe na direção do enfraquecimento ou da destruição de nossas Instituições. Somos defensores do direito de discordar e vamos exercer o papel de críticos, sempre que necessário”.

Daniel Felicio
Repórter do EM OFF

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