JANJA ACIONA A JUSTIÇA CONTRA COMENTARISTA DA JOVEM PAN E PEDE R$ 50 MIL

Nos primeiros dias de governo, a primeira dama Janja da Silva tem mostrado que não está disposta a deixar passar impunemente episódios de calúnia e difamação

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Janja e Pietra (Ricardo Stuckert)

Tiago Pereira, RBA

A primeira-dama Janja da Silva entrou na Justiça contra a influenciadora “conservadora” Pietra Bertolazzi, comentarista da Jovem Pan. A emissora também é alvo da ação, que exige reparação por danos morais, após a comentarista ter dito que Janja fuma maconha e estar rodeada por “um monte de artista maconhista”. A defesa da primeira-dama entrou com a ação na última segunda-feira (23).

Janja cobra indenização de R$ 50 mil e retratação. O juiz Cassio Pereira Brisola, da 1ª Vara Cível de São Paulo, abriu prazo de 15 dias para as defesas da influenciadora e da emissora se manifestarem.

A declaração da comentarista da Jovem Pan ocorreu em setembro passado, quando comparava Janja à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Enquanto você tem ali a Janja abraçando o Pabllo Vittar e fumando maconha, fazendo sei lá o quê, você tem uma mulher impecável representando a direita, os valores, a bondade, a beleza.”

Destilando elitismo e preconceito, disse que Janja faria “farofa aonde ela vai”, e estaria rodeada de “artistas maconhistas”. A comentarista se referia à Super Live Brasil da Esperança, evento na reta final da campanha, que contou com a participação de expoentes da classe artística e da sociedade civil, em apoio à candidatura do atual presidente.

“O que busca a autora é fazer cessar as mencionadas ofensas e se ver reparada por todo o abalo causado a sua honra e a sua imagem, em decorrência do exercício da liberdade de expressão das rés”, afirmam as advogadas Valeska Zanin, Maria de Lourdes Lopes, Júlia Caldas Marques e Giovanna de Paiva. Do mesmo modo, as advogadas destacam que o vídeo do programa no YouTube alcançou 27 mil visualizações e 2,1 mil curtidas, com o trecho compartilhado inúmeras vezes nas redes sociais. O que aumentou o alcance dos danos causados à atual primeira-dama.
Histórico de mentiras e agressões

Reconhecida por espalhar fake news até mesmo durante a pandemia, a Jovem Pan e seus integrantes, no entanto, já sofrem condenações por agressões desse tipo. Em dezembro, a emissora foi condenada pela Justiça de São Paulo a indenizar em R$ 50 mil reais o advogado Cristiano Zanin. Em outubro, a comentarista Cristina Reis Graeml afirmou que o advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria “tão bandido quanto os clientes que defende”.

Antes disso, em agosto, a Justiça de Brasília também condenou a emissora a se retratar e indenizar o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Um ano antes, os comentaristas do programa Pingos nos Is acusaram, sem provas, o parlamentar de comandar um esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

No início do ano, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar a conduta da Jovem Pan. No foco da investigação, as notícias falsas e comentários abusivos, sobretudo contra os poderes constituídos e a democracia do país.

Dias antes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também mandou suspender as contas nas redes sociais dos jornalistas Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo. Nesse sentido, o ministro abriu investigação para apurar quem estaria financiando o trio, que cometeu ataques em série às instituições democráticas.

Partidarismo

Durante a campanha, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu mais três direitos de resposta a Lula contra as mentiras propagadas pela Jovem Pan. Apresentadores e comentaristas disseram que o então candidato mentia, ao dizer que foi inocentado nos processos da Operação Lava Jato. Assim, ignoravam que Lula obteve 26 vitórias na Justiça. Além disso, também alardearam que Lula perseguiria cristãos e fecharia templos e igrejas, se for eleito. Outra mentira é que o atual presidente teria sido o mais votado nos presídios.

Ao mesmo tempo, a emissora chegou a ser alvo de uma investigação da Corregedoria da Justiça Eleitoral. O objetivo da ação era investigar o suposto tratamento privilegiado à candidatura Jair Bolsonaro (PL) na cobertura das eleições.

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