MORRE MAIS UM BRASILEIRO QUE FOI DEFENDER ZELENSKY NA GUERRA CONTRA A RÚSSIA

Professor paraibano de 23 anos deixa duas filhas. Ele se alistou para lutar na Guerra da Ucrânia há três meses sob a promessa de receber 60 mil euros, mas acabou sucumbindo a um ataque russo


por Felipe Borges
Pragmatismo Político

Um jovem paraibano de 23 anos, identificado como Thiago Paulo Bulhões, morreu durante um ataque militar russo com drones enquanto combatia como voluntário na guerra da Ucrânia, segundo reportagens locais e confirmações de familiares e colegas. Thiago — que deixou a Paraíba há cerca de três meses — tinha duas filhas, trabalhava em uma escola municipal de Santa Rita e morava no bairro Várzea Nova. De acordo com apurações, ele teria aceitado uma proposta para lutar no conflito em troca de 60 mil euros.

Familiares e conhecidos confirmaram que Thiago viajou ao exterior para integrar um grupo de voluntários e que a morte foi comunicada após o ataque com drones que atingiu o contingente ao qual ele pertencia. Nas redes sociais, colegas publicaram mensagens de pesar e relatos de que o falecimento foi confirmado por pessoas próximas ao grupo.

O contexto e o alerta diplomático

O caso de Thiago insere-se em um quadro mais amplo de brasileiros que, atraídos por ofertas de pagamento ou motivação pessoal, viajaram à Ucrânia para lutar desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Segundo balanço divulgado pelo Itamaraty em meados de setembro, ao menos 10 brasileiros morreram e 18 estão desaparecidos em decorrência do conflito — números que representam parte de um cenário complexo e de alto risco para quem opta por se alistar em forças estrangeiras. O Ministério das Relações Exteriores tem publicado notas públicas condenando ataques às áreas civis e ressaltado as limitações da assistência consular em contextos de combate ativo.

Autoridades e especialistas têm repetido que jovens que se alistam por conta própria correm riscos extremos: além da exposição a operações militares — como ataques aéreos e com drones — há dificuldades práticas para repatriação, verificação de óbitos, identificação de corpos e obtenção de informações precisas sobre o destino de combatentes em áreas de conflito. testemunhos de familiares relatam angústia diante da demora e da insegurança sobre informações oficiais.

Caminho perigoso: promessas, recrutamento informal e debates

Relatos colhidos em reportagens indicam que promessas de alta remuneração têm incentivado brasileiros a viajar até a Europa para ingressar em brigadas estrangeiras ou unidades voluntárias. O Itamaraty e organizações de defesa de direitos humanos alertam para a vulnerabilidade desses recrutas, muitos sem preparo militar adequado e sem garantias sobre direitos ou repatriação.

Nos últimos dias, a guerra entre Rússia e Ucrânia manteve intensidade elevada em múltiplas frentes. Autoridades russas afirmaram ganhos territoriais em 2025, com o presidente Vladimir Putin declarando ter avançado quase 5.000 km². Ao mesmo tempo, houve relatos de grandes operações com drones e mísseis lançadas por ambos os lados: a Ucrânia realizou ataques em profundidade sobre alvos logísticos e energéticos russos, enquanto a Rússia continuou a empregar ataques com drones contra posições e infraestruturas ucranianas. Essas ações aumentam o risco para combatentes em zonas de linha de frente e para grupos de voluntários que, frequentemente, operam sem os mesmos procedimentos de proteção e inteligência das forças regulares.

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