LULA DEFENDE SOBERANIA DO BRASIL EM REAPROXIMAÇÃO COM OS EUA


Lula participa do anúncio do novo modelo de crédito imobiliário

Durante o lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário nesta sexta-feira (10), em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a retomada do diálogo com o presidente norte-americano, Donald Trump, e destacou que divergências entre as duas maiores economias do Ocidente devem ser tratadas “com democracia e respeito”.

“Não podemos passar discórdia para o resto do mundo. Se tem divergência, vamos colocar na mesa e conversar. Não tem nenhum assunto que não possa ser tratado comigo”, afirmou Lula, ao relatar o teor da conversa que teve com Trump nesta semana.

A ligação entre os dois mandatários foi a primeira conversa formal desde que a crise diplomática se agravou, após Washington impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, a reaproximação simboliza o início de um processo que “nunca deveria ter sido truncado”.

“O Brasil não tem interesse em brigar com os EUA”

O presidente afirmou que o encontro serviu para restabelecer uma relação que, na sua visão, foi interrompida sem necessidade. “Nunca tratei nenhum presidente de forma desrespeitosa por razões ideológicas. O Brasil não tem interesse de brigar com os Estados Unidos. E se a gente brigar e ganhar, o que vamos fazer? É melhor não brigar. Sentamos à mesa, assinamos um documento e seguimos em frente”, disse.

Lula reforçou que o Brasil continuará diversificando suas exportações, especialmente na Ásia, para não depender de decisões unilaterais da Casa Branca. “Se ele [Trump] não quer comprar, a gente vende na China, na Ásia ou em outros mercados. Não dá para depender do humor do presidente de outro país”, declarou.

Em tom crítico, condenou a subserviência em relações internacionais: “Se você acha que lamber botas ajuda, vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quando percebem que você tem autoridade moral e caráter”, disse, sendo aplaudido pelo público.

Nova fase diplomática

Nos bastidores, auxiliares do Planalto avaliam que a mudança de postura em Washington representa uma “correção de rumo” e que o governo norte-americano passou a reconhecer a relevância do Brasil no comércio global. Apesar do otimismo, o próprio governo admite que a relação ainda vive um período de “descontaminação política” e que a reconstrução da confiança exigirá energia e tempo.

Lula brincou com a idade ao comentar o diálogo com Trump: “Ele é oito meses mais novo que eu, então tenho o direito de falar mais grosso. Nós dois, com 80 anos, não podemos passar desavença para o mundo. Temos que passar harmonia”.

Tensão política com Tarcísio e derrota no Congresso

O evento em São Paulo ocorreu em meio ao aumento da rivalidade política entre Lula e o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador não compareceu à cerimônia, no mesmo dia em que lançou um mutirão habitacional pelo programa Casa Paulista.

Nos últimos dias, Tarcísio foi acusado por aliados do governo federal de atuar contra a medida provisória do IOF, em uma articulação que resultou em derrota para o Planalto. O governador negou e classificou as acusações como “mentiras do PT”.

Crédito imobiliário e geração de empregos

Além da pauta internacional, o governo anunciou a modernização do modelo de captação de recursos pelos bancos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o Planalto, a mudança deve ampliar os financiamentos habitacionais, sobretudo os enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), voltados para a classe média.

A expectativa é que a medida estimule a construção civil e a geração de empregos. “Crédito imobiliário é um dos principais indicadores da força de uma economia. E, na vida das pessoas, significa acesso à casa própria”, afirmou o presidente interino do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Ao encerrar o discurso, Lula buscou transmitir confiança sobre o futuro do país: “O Brasil precisa de uma chance. Não podemos crescer e depois cair de novo. Temos que crescer de forma sustentável, com estabilidade política e econômica”.

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