BEBIDAS ALCOÓLICA ADULTERADA JÁ MATOU 3 EM SP E HOSPITALIZOU VÁRIOS; CONFIRA OS SINTOMAS

Vitima das sobreviventes perdeu completamente a visão após consumir caipirinha em bar. Sintomas são confundidos com ressaca, mas há diferenças. Médicos afirmam que atendimento rápido pode salvar vidas



Por Ana Oliveira e Felipe Borges

Três pessoas morreram e outras oito foram internadas, algumas em estado grave, após consumirem bebida alcoólica adulterada com metanol em cidades do estado de São Paulo. O caso, que já é investigado pelas autoridades sanitárias e policiais, acende um alerta sobre os riscos do consumo de produtos sem procedência confiável.


Uma das vítimas relatou que perdeu completamente a visão após ingerir a bebida. Ela contou que estava em um bar na capital paulista e tomou três caipirinhas. Horas depois, começou a passar mal, sofreu convulsões e precisou ser internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Após complicações, perdeu a visão de forma irreversível.

“Eu achei que era só um mal-estar, mas comecei a ter convulsões e depois não enxergava mais nada”, disse a vítima à emissora.
O que é o metanol

O metanol (CH₃OH) é um tipo de álcool simples, incolor e altamente inflamável. Conhecido no passado como “álcool da madeira” – por ser obtido pela destilação de toras –, hoje é produzido industrialmente a partir do gás natural.


Embora presente em quantidades ínfimas em frutas, vegetais e até no corpo humano, o metanol é extremamente tóxico em concentrações elevadas. Pequenas doses já são capazes de provocar náusea, tontura, confusão mental, cegueira e até a morte.

De acordo com especialistas, os primeiros sintomas da intoxicação podem se confundir com embriaguez ou ressaca comum. Por isso, procurar atendimento médico imediato é essencial para evitar lesões graves e potencialmente fatais.
Uso legítimo e riscos

O metanol é amplamente utilizado na indústria. Ele serve de matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, solventes, tintas e plásticos, além de estar presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.


No Brasil, uma das funções mais relevantes do metanol é a produção de biodiesel, em um processo químico chamado transesterificação. Fora desse contexto, o produto não deve ser comercializado para consumo humano nem adicionado a bebidas.

Seu uso indevido não só engana o consumidor, como também multiplica riscos: em combustíveis adulterados, por exemplo, o metanol pode causar falhas mecânicas graves e aumentar a chance de acidentes.
Tratamento é emergência médica

O envenenamento por metanol é uma emergência médica e precisa ser tratado em hospital. Em alguns casos, medicamentos e diálise são utilizados para limpar o sangue. Um dos antídotos mais eficazes é o próprio etanol – o álcool comum –, que compete com o metanol no metabolismo e retarda sua ação tóxica.

“Você pode aliviar todos os efeitos se chegar ao hospital cedo o suficiente e se o hospital tiver o tratamento necessário”, explica Alastair Hay, professor especialista em toxicologia ambiental da Universidade de Leeds, no Reino Unido. Segundo ele, doses muito pequenas já podem ser fatais, mas, com atendimento rápido, é possível sobreviver a concentrações mais altas.

A Polícia Civil e órgãos de vigilância sanitária investigam a origem da bebida adulterada. Especialistas reforçam que consumidores devem desconfiar de preços muito baixos, embalagens improvisadas ou falta de identificação do fabricante.
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