ENTENDA OS PRÓXIMOS PASSOS DA PF NA INVESTIGAÇÃO DA TRAMA GOLPISTA

Comandantes das Forças Armadas confirmaram a existência da minuta golpista e de uma reunião com Bolsonaro; diário de Heleno sobre a trama será analisado

POR CARTACAPITAL 

Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Na semana passada, a Polícia Federal colheu o depoimento do ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, sobre as articulações golpistas que pretendiam recolocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições, no poder.

Nas oitivas, sabe-se que os militares confirmaram a participação em uma reunião convocada pelo ex-capitão para discutir uma suposta minuta de um decreto que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os depoimentos trouxeram novos elementos probatórios sobre a trama golpistas, fato que pode encurralar ainda mais Bolsonaro.

Os depoimentos trouxeram novos elementos probatórios sobre a trama golpistas, fato que pode encurralar ainda mais Bolsonaro.

O ex-comandante do Exército, Freire Gomes, chamado de “cagão” pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro, teria, a princípio, resistido à ideia de um golpe de Estado no País.

Segundo os comandantes disseram à PF, as articulações da trama golpista teriam sido tratadas inicialmente pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em setembro, Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, contou aos investigadores que o ex-assessor Filipe Martins apresentou uma minuta de decreto golpista a Bolsonaro. O documento previa o cancelamento das eleições, bem como a prisão de adversários políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal

É a tese deste documento que Bolsonaro teria apresentado na reunião com os chefes das Forças Armadas citada durante os depoimentos.

A princípio, segundo Cid, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, manifestou apoio à iniciativa e colocou suas tropas à disposição de Bolsonaro. O plano, porém, teria sido rejeitado pelos outros dois comandantes.

Os depoimentos dos militares do Exército e da Aeronáutica confirmam, portanto, o relato trazido por Mauro Cid. Almir Garnier ficou em silêncio durante seu depoimento à PF.


Próximos passos

Agora a Polícia Federal analisará os telefones celulares dos alvos da Operação Tempus Veritatis em busca de mais detalhes sobre a trama, bem como a inclusão de outros personagens na tentativa de golpe de Estado.

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