MAURO CID CONFIRMA EXISTÊNCIA DE ''GABINETE DO ÓDIO'' NO PALÁCIO DO PLANALTO

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, confirmou a existência do chamado ‘gabinete do ódio’. Ele disse que e que assessores presidenciais utilizavam as dependências do Palácio do Planalto para ataques a adversários políticos com a criação e difusão de fake news. A partir do depoimento de Cid, a Polícia Federal conseguiu identificar ao menos três assessores próximos do ex-presidente. O grupo seria responsável pelos conteúdos difundidos por Bolsonaro nas redes sociais, incluindo ataques às instituições democráticas.

Segundo o depoimento de Cid prestado à Polícia Federal em 28 de agosto deste ano, o grupo era formado por Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Eles foram nomeados como assessores em 2019. Também conforme o militar, as ações do grupo eram subordinadas ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e que o filho do ex-presidente era o responsável por pautar a produção de conteúdo. Os citados no depoimento do ex-ajudante de ordens negam a participação. Tomaz e Gomes eram lotados no gabinete da Presidência, já Diniz, era lotado na Secretaria de Comunicação da Presidência.

Arte: G1

As informações cedidas por Cid neste depoimento vão ao encontro da linha de investigação da Polícia Federal, que já acreditava que a estrutura do governo e o Palácio do Planalto eram utilizados para este fim. O ex-ajudante de ordens também ligou o ex-presidente à disseminação de fake news. Cid disse aos investigadores que Bolsonaro utilizava o próprio telefone celular para encaminhar notícias falsas e ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários políticos.

Antes da delação de Cid, a Polícia Federal já havia reunido indícios de que Bolsonaro seria o difusor inicial dos ataques via redes sociais e aplicativos de mensagens. Em agosto do ano passado os policiais apreenderam o celular do empresário Meyer Nigri, fervoroso apoiador e bastante próximo do ex-presidente. No âmbito do inquérito das milícias digitais, essa era uma informação importante para que a investigação avançasse e ficasse mais próxima de um desfecho. A partir de agora a Polícia Federal trabalha na confirmação da delação feita por Mauro Cid.

Trecho de uma das mensagens encaminhadas por Bolsonaro no zap.

O militar, que estava preso desde o dia 3 de maio, foi solto em setembro após negociar uma delação premiada sob o inquérito das milícias digitais. Ele também é investigado no esquema da venda de joias recebidas como presentes pelo ex-presidente e também por falsificar o cartão de vacinação de Bolsonaro e familiares para que eles pudessem entrar nos Estados Unidos. A delação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. No fim de setembro, Moraes prorrogou as investigações acerca das milícias digitais por mais noventa dias.





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