PARALISAÇÃO DOS PROFESSORES A PARTIR DESTA TERÇA-FEIRA

por Barbara Schiontek

Professores de Curitiba vão se reunir nesta terça-feira (8), às 9h na Praça 19 de Dezembro, na região central de Curitiba. Foto: Cesar Brustolin/SMCS

Os professores que atuam na rede municipal de ensino de Curitiba anunciaram que vão entrar em greve a partir desta terça-feira (8) e por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (SISMMAC), a classe deseja que alguns pontos do Projeto de Lei 005.00123.2023, que trata sobre o novo Plano de Carreira dos profissionais do magistério, seja revisto.

projeto para a Câmara Municipal de Vereadores (CMC) no dia 16 de junho. Recentemente, em 27 de julho, o sindicato se reuniu com os vereadores para discutir alguns pontos da proposta.

No entanto, conforme informações do SISMMAC, a greve está sendo convocada porque a prefeitura “quer impor mecanismos que irão dificultar o avanço profissional da maioria do magistério”.

A presidente do sindicato, Diana Abreu, explica que um plano de carreira deveria prever incentivos financeiros para todos os professores que estudam para ter formações adicionais.

No entanto, ela diz que o projeto da prefeitura englobaria apenas uma parcela do magistério, deixando cerca de 95% dos profissionais de fora de um crescimento vertical, por exemplo. “Nós defendemos crescimentos por formação continuada para todos os professores”.

Além de mais vagas, outro ponto que o sindicato deseja é a compensação pelo período em que ficaram com o Plano de Carreira congelado. “Por conta do congelamento de 2017 nós temos cerca de três mil professoras que nunca avançaram na carreira. Que entraram e ainda estão na condição inicial”, conta Diana.

Outra situação apontada pela presidente do SISMMAC é o baixo salário dos servidores do magistério da capital paranaense. De acordo com ela, concursos da Região Metropolitana e do próprio Estado pagam mais e, por isso, são mais atrativos para a classe.

“São elementos importantes para a gente avançar. O orçamento de Curitiba permite a valorização dos profissionais da educação e a gente precisa do apoio de toda a comunidade escolar, pois sem carreira Curitiba não atrai jovens estudantes para serem professores”, desabafa Diana.
Professores municipais organizam ato nesta terça

Para iniciar a greve, os professores vão se reunir às 9h na Praça 19 de Dezembro, localizada na região central de Curitiba. O grupo vai fazer uma marcha no local, protestando por melhores condições de trabalho.

“Para ter educação de qualidade é fundamental valorizar o professor. […] A cidade se esconde atrás de um slogan de cidade educadora, mas nas escolas temos professoras sobrecarregadas. Falta secretárias, inspetor e profissionais que atuam na área de pedagogia escolar”, afirma Diana.

Ela reitera que a greve vai continuar até a Prefeitura de Curitiba dar uma “resposta concreta às nossas reivindicações”.

E aí, prefs?

A Prefeitura de Curitiba alega que realizou reuniões com os representantes dos sindicatos antes de enviar todos os projetos de lei que tratam dos servidores municipais. 

Leia nota na íntegra:

“A Prefeitura de Curitiba informa que antes de enviar os seis projetos de lei do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração à Câmara Municipal de Curitiba foram realizadas reuniões com representantes dos sindicatos dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e dos Servidores da Guarda Municipal (Sigmuc).

A partir desses encontros foram definidos ajustes nos projetos que foram encaminhados ao Legislativo. As alterações levaram em conta o zelo necessário do ponto de vista econômico e financeiro do Município.

Durante o trâmite do processo legislativo na Câmara, novas sugestões poderão ser incorporadas aos projetos de lei. Os procedimentos de carreira dos servidores municipais de todas as carreiras estão suspensos até 30 de agosto de 2023. A suspensão foi feita em 2017 pela primeira vez quando não havia recursos suficientes para o pagamento dos avanços nas carreiras dos servidores municipais. A partir do ano seguinte, foram iniciados estudos da legislação vigente.”

Tribuna

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