REDES SOCIAIS E JOGOS ON-LINE SÃO TERRENO FÉRTIL PARA CRIMES CIBERNÉTICOS CONTRA CRIANÇAS


Evento do Dia 18 de Maio. Curitiba, 19/05/2023. Fotos: Andre Wormsbecker/FAS

As redes sociais e os jogos on-line com chats para troca de mensagens são os principais ambientes dos crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. O alerta é da delegada do Núcleo de Combate aos Cibercrimes de Curitiba, Ellen Victer Moço Martins, que fez uma palestra nesta sexta-feira (19/5) para servidores da Prefeitura e outros integrantes da rede socioassistencial envolvidos no atendimento a esse público.

Durante o seminário, promovido pela Fundação de Ação Social (FAS), Ellen falou da atuação das delegacias especializadas no combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, além dos conceitos de cibercrimes e definições trazidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelo Código Penal.

O evento reuniu 230 pessoas, no Salão de Atos do Parque Barigui, em alusão ao 18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Crianças e Adolescentes.

Alerta em casa

De acordo com a delegada, o fato de estarem em casa nem sempre significa que crianças e adolescentes estão seguros.

“É preciso saber o que eles estão fazendo trancados em seus quartos. Na correria do dia a dia os pais ou responsáveis ficam focados em suas atividades, mas eles devem adequar as suas rotinas para estarem atento a seus filhos”, disse Ellen.

Ela recomenda que os pais conversem com crianças e adolescentes, estabeleçam um diálogo de confiança e monitorarem o que eles fazem na internet. “Os pais devem explicar que, por medida de proteção, precisarão ver o celular algumas vezes e até jogar junto para acompanhar o que acontece”, sugeriu.

Tipos de crimes

O cyberbullying e o estupro virtual estão entre os crimes virtuais que atingem crianças e adolescentes e estão se tornando cada vez mais comuns. O primeiro deles, segundo a delegada, acontece principalmente nas escolas com a divulgação de fotos de nudez, feitas a partir da montagem de imagens. Normalmente as vítimas desse tipo de crime busca primeiro o isolamento, mas os prejuízos podem chegar à automutilação e até ao suicídio.

O Brasil é o segundo país no ranking de cyberbullying, atrás apenas da Índia, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Ipsos, que entrevistou 20 mil pessoas em 28 países. A pesquisa apontou ainda que 30% dos pais ou responsáveis brasileiros entrevistados afirmaram ter conhecimento de que os filhos se envolveram ao menos uma vez em casos de cyberbullying.

Outro crime comum, segundo Ellen, é estupro virtual, que já encontra jurisprudência no Brasil. Esse tipo de cibercrime acontece quando o abusador usa um perfil falso – na maioria das vezes se passando por outro adolescente -, ganha a confiança do jovem e passa a incentivar a realização de atos sexuais. Com as imagens em mãos, o criminoso passa a fazer ameaças e até extorsões.

A lista de cibercrimes tem ainda a produção de material pornográfico infantil e o armazenamento e compartilhamento de vídeos de pornografia infantil.

Prevenção

O seminário reuniu servidores da FAS, da Secretaria Municipal da Saúde, integrantes da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para Violência de Curitiba (formada pela FAS, Saúde e Educação), conselheiros tutelares e Guardas Municipais. E, ainda, membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba).

A presidente da FAS, Maria Alice Erthal, deu boas-vindas ao grupo e falou da importância da atuação de cada um dos participantes para a prevenção e o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

Diretora de proteção Social Especial da FAS, Tatiana Possa Schafachek ressaltou que o seminário buscou aperfeiçoar conhecimento e sensibilizar as equipes para ajudar a prevenir a violação dos direitos dessa parcela da população.

O Núcleo de Combate aos Cibrcrimes fica na Rua Pedro Ivo, 672 - Centro. O telefone é 41 3304-6800.

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