IMPRENSA INTERNACIONAL DIZ QUE FALA GOLPISTA DE BOLSONARO PARA EMBAIXADORES FOI UM TIRO NO PÉ

The New York Times e outros veículos da imprensa internacional repercutiram fala golpista de Bolsonaro para embaixadores. Presidente brasileiro esperava ser aplaudido pelos diplomatas após o discurso, mas ficou no vácuo


A imprensa internacional repercutiu o discurso golpista (vídeo abaixo) do presidente Jair Bolsonaro (PL) para embaixadores nesta segunda-feira (18). Segundo o britânico ‘The Guardian’, a fala do mandatário foi considerada um ‘tiro no pé’ e casou ‘constrangimento’ nos diplomatas que estavam no evento.

O americano ‘The New York Times’ foi além e afirmou que os embaixadores ficaram ‘assustados’. Segundo o principal jornal dos EUA, os diplomatas temem que Bolsonaro esteja preparando as bases para uma tentativa de golpe caso perca as eleições de outubro.

Dois embaixadores falaram com o NYT disseram que os diplomatas ficaram incomodados após a sugestão do presidente brasileiro de que militares devem participar do processo para “garantir eleições seguras”.

De acordo com o NYT, Bolsonaro fez com que acusações de fraude no sistema eleitoral se tornassem uma questão de política externa, aumentando temores internacionais de que ele pretende contestar as próximas eleições.

O jornal também diz que Bolsonaro “parece estar aderindo ao plano de Donald Trump”. Em 2021, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou, sem apresentar provas, que foram contabilizados oito milhões de votos irregulares nas eleições americanas. Horas depois, apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, onde seria oficializada a vitória de Joe Biden e Kamala Harris.

“Assim como Trump antes das eleições de 2020 nos Estados Unidos, Bolsonaro está atrás nas pesquisas. E, como Trump, Bolsonaro parecia estar desacreditando a votação antes que ela acontecesse, em um suposto esforço para aumentar a confiabilidade e a transparência”.

Aliados do presidente classificaram o evento como um “vexame”. “A ideia do presidente era desviar a atenção da opinião pública sobre as denúncias de abusos na Caixa Econômica e do assassinato do petista por um bolsonarista em Foz do Iguaçu. Mas ele acabou trocando os escândalos por cosnspirações, em um momento em que deveria estar colhendo os frutos da ampliação de benefícios sociais”, disse um parlamentar da base aliada ao Pragmatismo.

Outro importante jornal norte-americano, ‘The Washington Post’ também repercutiu a reunião de Bolsonaro com diplomatas. O jornal ressaltou que o presidente brasileiro não apresentou nenhuma evidência de que as urnas eletrônicas não são seguras.

A reportagem também diz que Bolsonaro reiterou críticas a ministros do STF, sugerindo que eles tentam sabotar sua reeleição para favorecer o ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao fim da apresentação de Bolsonaro, houve um silêncio enquanto ele estava diante dos embaixadores esperando ser aplaudido. Alguns membros do governo tentaram puxar aplausos, mas não foram acompanhados pelos diplomatas.

Nas redes sociais, o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, escreveu: “Desejamos ao povo brasileiro que as próximas eleições sejam mais uma celebração da democracia e das instituições”.

Antes da reunião, Bolsonaro prometeu que iria compartilhar provas sobre fraudes no sistema eleitoral brasileiro, porém o presidente apenas repetiu o discurso de um suposto ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas eleições de 2018, que foi vencida pelo próprio Bolsonaro.

Na apresentação, o presidente exibiu um vídeo editado que supostamente mostra uma urna eletrônica com defeito, mas as imagens já foram desmentidas pelo TSE em diversas ocasiões. Agências de verificações de fatos do Brasil também já comprovaram que o vídeo é falso.

Erros e memes

A apresentação feita por Bolsonaro aos embaixadores estrangeiros tinha um erro de ortografia no primeiro slide. Projetada em um telão, a comunicação trazia a palavra “briefing” escrita de maneira errada.

Briefing é um termo que significa, em inglês, um resumo de informações a serem passadas em uma reunião. Mas na apresentação feita no Palácio do Alvorada o slide mostrava escrito “brienfing”.

O erro ortográfico não passou despercebido e logo começou a ser comentado nas redes sociais. No começo da noite, o termo – com a grafia errada – entrou nos trending topics do Twitter.

Além do erro de grafia, a apresentação de Bolsonaro também teve problema de tradução. Em um dos slides, o presidente mostrou uma reportagem e, ao lado, exibiu o título da matéria em inglês. Mas a manchete foi traduzida sem um verbo.

A reportagem mostrada por Bolsonaro tem o seguinte título: “Fachin diz que Brasil pode viver tensão maior que invasão do Capitólio”. Na tradução para o inglês, o slide do presidente afirma algo como: “Fachin pode experienciar maior tensão do que a invasão do Capitólio”.

A tradução correta seria: “Fachin says that Brazil may experience greater tension than Capitol invasion”.


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