COMO O MERCADO PRETENDE MANIPULAR DADOS PARA GANHAR DINHEIRO E AJUDAR BOLSONARO

No escurinho da Faria Lima, nas salas de reunião envidraçadas, surge um espectro de grandes proporções que chega até Brasília. Analistas financeiros do mercado criam uma "teoria" para unir o útil ao agradável. O problema da tese é convencer a população que vai à feira que a vida está boa

Imagem: B3


José Luiz Portella, em seu blog

No escurinho da Faria Lima, nas salas de reunião envidraçadas, surge um espectro de grandes proporções, que ronda desde a Faria Lima até Brasília.

Analistas financeiros do mercado criam uma “teoria” para unir o útil ao agradável.

Jair Bolsonaro “viraria” a eleição em meados de julho, passando à frente. Causa: a melhoria da economia.


Dois pilares embasam a hipótese, que almeja virar tese insofismável:

I) a taxa de investimento que era de 14% está chegando a 18%. Ela já está em queda, mas disso não se fala. Pior, os doutos do mercado não mencionam que isso se deve, em grande parte, ao Repetro.

Repetro é um regime aduaneiro especial, a permitir a importação de equipamentos específicos para atividades der pesquisa e lavra das jazidas de petróleo.

Houve uma requalificação contábil, meramente contábil.


Antes, era melhor lançar o Repetro como leasing, agora, por conta das mudanças das regras, melhor tornar-se investimento.

Segundo pilar:


II) A Nairu, sigla em inglês que significa Taxa de Desemprego Não Aceleradora da Inflação, que convencionalmente se estabelece em 5%, ou seja, quando se atinge 5% de desemprego, se está em pleno emprego, porque aí há o desemprego friccional, onde as pessoas estão trocando de emprego, e, também, o desinteresse de alguns em trabalhar, apesar de se declararem desejosos; na prática, não procuram emprego.

Neste patamar, é importante se tomar cuidado com a política monetária e fiscal, para não acelerar o processo inflacionário.

Aí vem a pérola de mercado: Como no Brasil há inflação com 11% de desemprego, a Nairu no Brasil seria de 11%, ou seja, estamos no pleno emprego.

Desprezam qual é o tipo da inflação e tempos de estagflação. Estagnação com inflação, tantas vezes visto no Brasil.

Segundo esses dois pilares, estaríamos às portas de uma recuperação econômica que alçaria Bolsonaro ao topo.
A quem essa “tese” serve?

Primeiro, para parte do mercado ganhar dinheiro fácil. Instilando um comportamento de manada, as pessoas acreditam, operam compradas e os espertos vendidos, e “money, money, money”.

Segundo, para instilar nos militantes e nos que estão em dúvida, a esperança e o voto em Bolsonaro. Lutam contra a derrota no primeiro turno. Por enquanto. Depois, viria a “guerra” do segundo turno.

Interessante e sagaz. Fora a parolagem e o desejo dos analistas de mercado, que não acertam inflação, câmbio e juros da semana seguinte, de se aventurarem como analistas políticos.


Na prática, a tentativa de classe, de preservar interesses e passarem a ideia de “infalíveis” analistas que vieram da Regra de Taylor, nos ensinar como o Brasil fica melhor. Para eles.

O problema dessa “tese” é convencer a turma de Heliópolis, Paraisópolis, das palafitas, dos habitantes das áreas de risco que estão despencando, da turma que vai à feira, que a vida deles está boa, e que a dificuldade de arrumar emprego é fictícia, porque alguma equação de mercado prescreveu, ou a Nairu brasileira se tornou mais uma jabuticaba do pomar.

Não é todo o mercado que está embarcando nesse movimento.

Há gente honesta. Há ainda os que não tem coragem de tal peripécia. Tem gente que consegue se olhar no espelho.


Mas, em todo caso, cuidado com o seu “dinheirinho”. Tem sempre alguém querendo se apropriar dele.

E, de imaginar que Bolsonaro possa vencer, para manter o conservadorismo primário no Poder.

Tomam ivermectina e cloroquina no cérebro.

https://www.pragmatismopolitico.com.br/

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