CHURRASQUEIRO "PRESIDENCIAL" DE BOLSONARO E DE CELEBRIDADES RECEBEU AUXÍLIO EMERGENCIAL

GUILHERME MENDES e VANESSA LIPPELT
CONGRESSO EM FOCO


O churrasqueiro Joas do Prado Pereira, mais conhecido como Churrasqueiro Tchê, que o presidente Jair Bolsonaro e várias celebridades nacionais com refeições personalizadas e com cortes nobres de carne, também é um dos milhões de brasileiros que se valeram dos pagamentos do auxílio emergencial do governo, em 2020.

O gaúcho que no dia 17 pilotou a churrasqueira do Palácio da Alvorada no aniversário de 11 anos da primogênita do presidente Bolsonaro, Laura, e que no dia 10 também foi o responsável pelo churrasco na mansão de R$ 6 milhões do senador Flávio Bolsonaro é o mesmo que, recentemente serviu ao presidente um bife cotado a R$ 1800 o quilo, recebeu R$4,2 mil em auxílios no estado de Goiás, sendo cinco parcelas de R$ 600 e quatro parcelas de R$ 300.

O fato de Joas ter se beneficiado do auxílio emergencial não constitui um ato ilegal, mas contradiz a própria rotina do churrasqueiro gaúcho radicado no Centro-Oeste: ao mesmo tempo em que recebia o auxílio destinado às populações mais carentes afetadas pela pandemia, Joas atendeu cantores sertanejos em diversas lives, quando a pandemia ainda escalava no Brasil, e participou de viagens enquanto os depósitos eram feitos. Grande parte desta realidade está em seu Instagram, para cerca de 69 mil seguidores. É possível ver em seu Instagram, ao longo da pandemia, diversos registros de churrascos realizados para celebridades como o sertanejo Leonardo, Gusttavo Lima, Eduardo Costa, Bruno da dupla Bruno e Marrone, Maiara e Maraisa, dentre outros.


Em dezembro de 2020, mês da última parcela, ele atendeu o presidente Jair Bolsonaro pela primeira vez.



A relação do churrasqueiro com Bolsonaro se estreitou em 2021. Desde o início do ano, Joas tem postado fotos ao lado de Michelle Bolsonaro, a primeira-dama da República, e do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Foi em um desses banquetes no Palácio do Alvorada que Bolsonaro posou ao lado de Joas em uma propaganda do bife Wagyu, carne japonesa considerada uma das mais caras do mundo. O seu preço proibitivo, de R$ 1800 o quilo, se dá pelas condições especiais de criação do boi, alimentado com cerveja e gramíneas de qualidade superior.

O churrasqueiro ainda mantém os serviços de atendimento privado. Uma cotação de seus serviços mais recentes aponta que há duas opções de pratos, com carnes consideradas “de primeira”, como maminha, fraldinha, picanha e o bife Angus, proveniente de uma raça distinta de bois. Por um atendimento de quatro horas, Joas cobra entre R$ 110 e R$130 por pessoa, além de adicionais por eventuais pratos de acrílico e taxa de limpeza. Para deslocamentos e diárias, as taxas extras chegam a R$ 600. Como o churrasqueiro atende o mínimo de 20 pessoas, um banquete de sua autoria não sai por menos de R$2,2 mil reais.

O Congresso em Foco procurou o “Churrasqueiro Tchê” em seu telefone comercial para confirmar com o churrasqueiro por que ele recebeu o auxílio emergencial, e se ele considerou necessário o valor em um momento onde não deixou de ser designado para trabalhos ao redor do país. O próprio churrasqueiro atendeu, mas desligou o telefone ao ser questionado sobre o tema.


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