SALLES ADMITE PELA 1ª VEZ QUE INCÊNCIO NO PANTANAL É DE ''PROPORÇÕES GIGANTESCAS''

     Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente

Após operação da PF e de perícias que confirmam origem criminosa do incêndio, ministro do Meio Ambiente admite em público que fogo no Pantanal "tomou proporções gigantescas". Estima-se que 15% da área do Pantanal já tenha sido devastada em uma perda de biodiversidade sem precedentes

O ministro do Meio Ambiente admite que o incêndio no Pantanal tomou uma “proporção gigantesca”. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta terça-feira, 15, no Jornal Gente, Ricardo Salles disse que “o prejuízo é grande”.

O maior impacto atinge todo o conjunto das espécies de seres vivos na região, a biodiversidade. “De fato o prejuízo a nossa fauna ele é grande, a flora e a parte de vegetação ela se recompõe, agora não pode ser um fogo da proporção gigantesca que está sendo então por isso que estamos combatendo fortemente”, disse.

Além do clima, outra causa do incêndio no Pantanal são as restrições à utilização do fogo controlado, segundo Ricardo Salles.

“Nós precisamos ter essa visão que certas técnicas conhecidas de maneiras centenárias, que é o uso de fogo controlado, a queima controlada, serve para limpar o pasto e quando não faz isso quando vem um incêndio com todo o material depositado em solo o incêndio se torna de muito maior proporção para além da questão climática”, afirmou.

O ministro do Meio Ambiente ressalta ainda que a resistência ao bloqueador químico de fogo dificulta o combate às chamas. “No Brasil há uma resistência enorme dos órgãos ambientais em autorizar o que acaba tornando o combate ao incêndio menos eficaz”, disse.

Estima-se que entre 10 e 15% da área do Pantanal já tenha sido devastada pelo incêndio.
Incêndios provocados

Os incêndios que atingem a região do Pantanal mato-grossense há cerca de dois meses foram provocados por pessoas, segundo apontam perícias feitas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT).

As perícias identificaram queima de pasto, fogo em raízes de árvore para retirar mel de abelha e incêndios em máquina agrícola e em veículo.

Os laudos foram encaminhados para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) para a abertura de inquérito e responsabilização dos infratores.

A perícia fez um estudo e analisou imagens de satélite para auxiliar na identificação da origem do incêndio. A plataforma permite o registro diário, assim como a identificação dos focos.

Na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN), em Barão de Melgaço, a causa do incêndio foi dada como queima intencional de vegetação desmatada para criação de área de pasto para gado.

A equipe foi até o local com uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) e constatou o uso de madeiras, palanques de cerca e rodeios para o gado. Próximo a este local, a equipe também encontrou galões de óleo diesel que aparentavam ter sido utilizados para incendiar as pilhas de material vegetal derrubado.

Já na Fazenda Espírito Santo, uma máquina agrícola que fazia limpeza de área com enleiramento (parte do processo da junção do material que formará o feno) pegou fogo e deu início ao incêndio na região.

Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) afirmou que o incêndio que destrói o Pantanal foi para transformar a área de proteção ambiental em pastagem para o gado e a agropecuária.

“As investigações indicam que o fogo tenha sido colocado para depois transformar em pastagem. Você extrai a mata nativa, e aí fica a pastagem para o gado”, disse o delegado Alan Givigi, que coordena a operação Matáá, que tem o obejtivo de investigar os responsáveis pelo crime ambiental sem precedentes na região.

Segundo a PF, oito mandados de busca e apreensão já foram expedidos. No município de Corumbá, dois destes mandatos foram para pessoas na área urbana, onde um produtor rural foi levado para prestar depoimento. Outros seis foram cumpridos na zona rural do município.

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