O Irã e a Rússia avançaram, nas últimas horas deste domingo, na formação de uma estrutura de onde partirá a força terrestre para o combate ao Estado Islâmico (EI), nos próximos dias.
Após uma consistente movimentação de tropas iranianas em direção à Síria, até instalações em Ghorin, onde formam a frente contra o EI com apoio militar russo, o efetivo reunido já passaria dos 2,5 mil militares. Informe da agência russa de notícias Sputnik revela que cerca de 1 mil militares iranianos, com apoio das tropas de elite da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC, na sigla em inglês), foram transportados até a academia militar em Latakia, uma das maiores cidades sírias.
A prática de transportar tanques para os campos de batalha é usada por outros países, como a Alemanha
As unidades militares estacionadas em Ghorin aguardam, ainda segundo a Sputnik, a chegada dos mísseis de defesa aérea S-300 Avançados para implantação em Jablah, na costa do Mediterrâneo, para a base construída próximo a Latakia, local de ingresso das tropas russas em território sírio. Os S-300 são sistemas que também podem proteger a instalação iraniana, em Ghorin. Jablah foi convertido em um espaço ocupado pelas tropas russas, que ainda estão em movimento na direção da Síria. Os combatentes russos foram as Brigadas Marinhas 810 e 336.
Além da movimentação por terra, os russos enviaram caças MIG-31, de alto desempenho, para a base aérea de Mezza, no aeroporto de Damasco, como forma de reforçar a cobertura da força aérea russo-iraniano. A oeste, o submarino nuclear Dmitri Donskoy TK-20 ruma para águas sírias. Latakia transforma-se, rapidamente, em um poderoso enclave militar russo-iraniano, capaz de acomodar o presidente Bashar Al Assad e o alto comando do regime, caso sejam obrigados a deixar Damasco.
De acordo com as fontes militares citadas pela agência, “o enclave tem funções defensivas no início e, depois de se instalar, as forças russas e do Irã planejam seguir em direção à frente de batalha contra as forças rebeldes e do Estado Islâmico, no norte da Síria”.
Tanques russos
Os tanques russos são efetivos em terreno arenoso, desde a era da União Soviética, com os T-72
Ainda neste domingo, começaram a entrar em operação os modernos tanques de batalha russos, aerotransportados para a base de Latakia, nos maiores aviões militares do país, da classe Antonov. Segundo o diário norte-americano The New York Times (NYT), “trata-se da mais significativa movimentação de tropas no Oriente Médio, em décadas”. Os tanques formam uma das mais potentes forças terrestres em terreno arenoso, como nas frentes de luta situadas em regiões desérticas ao norte da Síria.
Citando fontes do Pentágono, o NYT acrescenta que a movimentação no oeste da Síria visa reforçar a posição do presidente Assad e prover a infraestrutura e o armamento necessários às tropas leais do governo.
— Temos acompanhado o movimento de pessoas e artefatos que sugerem o uso da base de Latakia como ponto operacional das tropas estacionadas na Síria — concluiu o capitão Jeff Davies, porta voz do Pentágono.
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