Alegando que homem público tem obrigação de "dar justificativa" à sociedade e que a melhor estratégia não é o ataque, mas sim a defesa, o petista disse que foi "imprudente". "Em relação ao avião, eu reconheço: fui imprudente, foi um equívoco. Deveria ter exigido contrato, deveria ter quitado, não deveria ter exposto minha família. É o que me machuca nessa hora", declarou.
O deputado disse que conheceu Yousseff há 20 anos em Londrina e que o doleiro é proprietário do maior hotel de sua cidade. "Não conhecia até duas semanas o motivo pelo qual ele estava sendo investigado", afirmou. Vargas disse que só procurou Yousseff porque ele também era dono de um hangar na cidade e que poderia ajudá-lo a encontrar um avião para sua viagem de fim de ano.
O petista negou que tenha ido ao Ministério da Saúde para discutir interesses do empresário de sua cidade, apesar de recebê-lo em seu gabinete e de apenas dar orientações. O deputado reclamou sofrer "interpretações errôneas" por suas relações pessoais.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que no início do ano André Vargas pegou emprestado o avião de Yousseff para viajar de Londrina a João Pessoa (PB) em suas férias. O doleiro está preso por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
"Se equívoco cometi, foi por iniciar uma relação de 20 anos de uma pessoa na minha cidade, que trabalhava até então com tranquilidade na minha cidade, e que fui surpreendido com as notícias e investigações", finalizou.
Ao final do discurso, o deputado paranaense foi ironizado pelo colega de Casa Jair Bolsonaro (PP-RJ). O parlamentar estendeu o punho ao alto, em referência ao gesto feito por Vargas para protestar contra a prisão dos condenados no Mensalão. O ato do petista foi em uma visita do ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa à Câmara.

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