APOIO A RENATO FREITAS CRESCE APÓS DIVULGAÇÃO DE VÍDEO QUE REVELAM PROVOCAÇÃO PREMEDITADA EM CURITIBA

Renato Freitas recebeu uma enxurrada de mensagens solidárias e de apoio após ser alvo de um ataque premeditado no centro de Curitiba. Vídeos do início do episódio revelaram que os agressores agiram de caso pensado para desestabilizar o deputado e ganhar views. Presidente do PT se manifestou: "Nosso total apoio a Renato, que é uma liderança reconhecida na luta antirracista, por igualdade, democracia e direitos"



Por Felipe Borges
Pragmatismo Político

O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) recebeu uma onda de solidariedade depois de ser alvo de um ataque premeditado no centro de Curitiba, na quarta-feira. A circulação de novos vídeos — inclusive registros dos primeiros minutos do episódio — reforçou a interpretação de que os agressores agiram de caso pensado para desestabilizar o parlamentar e gerar conteúdo para as redes sociais. As imagens mostram que o homem que o provocou estava acompanhado de outros dois comparsas, um deles dedicado exclusivamente a filmar a cena.

Mesmo assim, adversários políticos correram para transformar o confronto em munição partidária, mobilizando pedidos de cassação com base em suposta quebra de decoro. A reação despertou críticas dentro e fora do PT, que classificou o episódio como violência política às vésperas do Dia da Consciência Negra.

O presidente nacional do partido, Edinho Silva, manifestou “total apoio” ao deputado e chamou o ataque de “inadmissível e criminoso”. Descreveu Freitas como uma “liderança reconhecida na luta antirracista, por igualdade, democracia e direitos”.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), também se posicionou. Para ela, o ataque foi “uma evidente provocação que terminou em agressão”, agravada pelo contexto simbólico da data. “Não podemos normalizar a violência política nem permitir retrocessos no enfrentamento ao racismo”, afirmou.

Direita tenta capitalizar politicamente o episódio

A repercussão nas redes levou figuras da direita paranaense e influenciadores conservadores a explorar politicamente o confronto. Entre eles, membros do Movimento Brasil Livre (MBL) e parlamentares que já vinham atacando Freitas em outras ocasiões.

O vereador Guilherme Kilter (Novo) e o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) anunciaram que ingressariam com novos pedidos de cassação. Arruda chamou o episódio de “vergonhoso” e disse que levaria o caso à Comissão de Ética da Assembleia. Kilter, por sua vez, citou episódios anteriores envolvendo o deputado para alegar “reincidência”, num tom que reforçou a tentativa de enquadrá-lo como alvo permanente.

O que mostram as imagens

Nos vídeos que viralizaram, Renato Freitas aparece discutindo com um homem de preto. Um assessor do deputado acompanha a cena. Freitas adverte que o agressor não está sozinho e pede distância. O homem avança, recebe um empurrão e acerta o petista no rosto. Na sequência, segue um breve confronto: dois chutes de Freitas, um soco do agressor. Em imagens captadas de dentro de um carro, alguém provoca: “Você não é o famosinho?”.

O episódio termina quando Freitas consegue imobilizar o homem até que pessoas próximas interferem. A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, informou que o deputado sofreu fratura no nariz e precisou de atendimento médico.

Apoio cresce entre parlamentares e lideranças progressistas

A divulgação dos vídeos iniciais — que mostram o agressor cercado de dois cúmplices, um deles dedicado a filmar cada passo — consolidou a avaliação entre aliados de que Renato Freitas foi alvo de uma armadilha.

O deputado federal Josias Gomes (PT-BA) classificou como “revoltante” o episódio e destacou a carga racista da agressão, à luz do dia, na véspera do 20 de novembro. A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT-PR) afirmou que há uma tentativa evidente de “inverter responsabilidades” e situou o ataque no contexto de violência política dirigida a lideranças negras. “Não é um caso isolado”, disse. “Faz parte de um padrão que tenta deslegitimar vozes que ocupam espaços de poder.”

O deputado federal André Janones (Avante-MG) também saiu em defesa de Freitas e compartilhou um vídeo que, segundo ele, mostra os instantes anteriores à provocação. Chamou o agressor de “verme vagabundo” e anunciou um projeto de lei para reduzir a pena de vítimas de racismo que reagem à violência. “Racismo é violência, e violência extrema gera reação”, afirmou.

“Humilhação, racismo, injúria”: o relato do deputado

Em vídeo publicado nas redes sociais, Renato Freitas explicou por que reagiu. Disse ter vivido, naquele instante, o mesmo tipo de situação que o fazia brigar na rua quando era adolescente: “humilhação, racismo, injúria, violência”.

O parlamentar relatou que caminhava com uma amiga, também negra, quando o motorista jogou o carro para cima dos dois. Ao ser encarado, o homem teria perguntado “Tá olhando o quê?”, antes de iniciar os insultos e descer do veículo. Freitas afirma ter sido perseguido e provocado para gerar imagens que pudessem ser exploradas online.


“Eu não aprendi a baixar a cabeça”, disse. “Não me orgulho de estar brigando na rua, jamais. Mas hoje o cara tocou o carro em cima de nós para mostrar poder, sei lá. Depois desceu do carro e começou a nos perseguir, filmando tudo para criar views.”

No fim do vídeo, o deputado resume a experiência com uma frase curta: “É Curitiba, fio. Para sobreviver, só sendo sobrevivente.”

 sendo sobrevivente.”

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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