MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ DEFLAGRA OPERAÇÃO QUE INVESTIGA CRIMES PRATICADOS POR EX-SECRETÁRIO DE HABITAÇÃO E URBANISMO E EX-SERVIDORES DE GUARAPUAVA



O Ministério Público do Paraná, por meio do núcleo de Guarapuava do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira, 24 de junho, a Operação Terra Prometida, que apura os crimes de associação criminosa e estelionato praticados com abuso da função pública. Foram cumpridos na operação cinco mandatos de busca e apreensão contra um vereador e ex-secretário de Habitação e Urbanismo da cidade no período de dezembro de 2022 a março de 2024, dois ex-servidores públicos da mesma secretaria e a esposa de um deles, e um assessor da Câmara Municipal.

A apuração indica que, entre maio e agosto de 2024, o então secretário e dois homens que na época ocupavam cargas de confiança na secretaria obtiveram fraudulentamente R$ 30 mil de uma cidade de Guarapuava, a pretexto da aquisição de um terreno. Um desses ex-servidores atualmente ocupa carga comissionada no gabinete do vereador.

Álbum com imagens da Operação Terra Prometida

Áudio do promotor de justiça Pedro Henrique Brazão Papaiz

Manobra – A fraude teria ocorrido em 2024, quando a vítima informou a Secretaria com intenção de obter informações a respeito de um imóvel que pretendia adquirir. Na ocasião, teria sido convencida a desistir da negociação e optar pela aquisição da posse de um terreno no Bairro Vila Bela, em Guarapuava, decorrente de projeto habitacional. Para tanto, deveria pagar R$ 30 mil à beneficiária do programa habitacional, que teria sido contemplado, mas tinha intenção de vender a posse.

Entretanto, o Ministério Público descobriu que a vítima foi incluída no programa habitacional como primeira possuidora do imóvel no lugar da verdadeira beneficiária, recebendo-o de forma gratuita, e que o valor pago por ela foi depositado na conta bancária da esposa de um dos servidores comissionados da Secretaria de Habitação. Outra mulher, que se encontrou inscrita oficialmente no programa habitacional desde pelo menos 2023, deveria ter sido contemplada e acabou sendo prejudicada com uma manobra.

Além disso, apurou-se que, após o início das apurações, o ex-secretário e agora vereador da Câmara Municipal de Guarapuava teria orientado um de seus assessores na Câmara e um advogado da cidade a convencer a vítima a não relatar os fatos ao Ministério Público, para ocultar os crimes.

Operação Inconfidência – Ainda na manhã desta terça-feira, 24 de junho, foram cumpridos quatro mandatos de busca e apreensão no âmbito de outra ação simultânea do MPPR em Guarapuava: a Operação Inconfidência, que apura o vazamento e divulgação de informações sigilosas de apuração em curso no Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e no Gaeco de Guarapuava. A investigação começou em 2024 e, entre os alvos, são um vereador da Câmara Municipal de Guarapuava, um policial militar e um ex-assessor da Prefeitura Municipal de Guarapuava.

Durante o cumprimento das medidas judiciais, uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma e liberada, na sequência, mediante pagamento de fiança. A investigação tramita em sigilo.

Processo 03341-36.2025.8.16.0196

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