DOIS PREFEITOS SÃO AFASTADOS NA BAHIA, POLÍCIA FEDERAL EM OPERAÇÃO PARA INVESTIGAR EMENDAS DE DEPUTADOS

Agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão em cinco municípios baianos
Por  e  — Brasília

Sede da Polícia Federal em Brasília
Sede da Polícia Federal em Brasília Brenno Carvalho / Agência O Globo.

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira mais uma fase da Operação Overclean que investiga o desvio de dinheiro público por meio da liberação de emendas parlamentares. A ação de hoje mirou em dois prefeitos da Bahia, que foram afastados do cargo, e em um assessor parlamentar do deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA).

O parlamentar não foi alvo de nenhum mandado, mas teve o sigilo telefônico quebrado por autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo as investigações, o secretário parlamentar Marcelo Chaves Gomes é suspeito de atuar como operador financeiro do esquema. Ele também foi afastado das suas funções públicas.

Ao GLOBO, o deputado federal afirmou que foi "pego de surpresa" com a operação e que não cometeu nenhuma irregularidade.

— Coloquei emenda na intenção de ser votado, nunca teve indicação de empresa. Nada de irregular. Se você me perguntar agora se foi para a Infraestrutura, Saúde, Educação, eu não sei. Não tem nenhuma vinculação que não seja retorno político — explicou ele.

"O deputado ressalta que as emendas para custeio ou investimentos nos municípios são solicitadas por prefeitos ou lideranças, sendo esperado que os recursos sejam aplicados de forma lícita, com a obtenção de ganho exclusivamente político", acrescenta nota enviada pela assessoria do parlamentar.

Os agentes cumprem 16 mandados de busca e a apreensão nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, todas na Bahia. As ações foram expedidas pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo.

Os prefeitos afastados são Humberto Raimundo de Oliveira (PT), de Ibitanga (BA); e Alan Machado França (PSB), de Boquira (BA). O ex-prefeito Marcelo José de Carvalho (PT), de Paratinga (BA), também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.

Segundo a PF, o núcleo investigado é suspeito de atuar na liberação de emendas indicadas entre os anos de 2021 e 2024 mediante o pagamento de propina. Nesse período, o parlamentar enviou quatro emendas que somam 4,6 milhões às cidades de Ibipitanga e Boquira.

A investigação é feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal.

Os alvos devem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro.

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