QUAEST: PERCEPÇÃO DA ECONOMIA MELHORA ENTRE OS MAIS POBRES E APROVAÇÃO DE LULA SOBE

Aprovação do governo Lula chega a 54% e atinge maior patamar no ano, revela nova pesquisa Quaest. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira mostra queda na preocupação do eleitorado com a economia e aumento na percepção da violência como principal problema do País. A sondagem também aponta que o índice de aprovação do governo Lula cresceu entre evangélicos, segmento com forte inclinação ao bolsonarismo

Imagem: Ricardo Stuckert | PR


Carta Capital e Metrópoles

A aprovação do governo chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 54%, o maior índice do ano, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira 10 pelo instituto Quaest. A desaprovação ficou em 43%.

A vantagem de nove pontos percentuais a favor da aprovação é bem superior aos três pontos registrados no levantamento mais recente realizado pela Quaest, em março, quando 50% diziam aprovar o governo e 47% desaprovavam.

A pesquisa também mostrou que o cenário econômico está, aos poucos, deixando de ser, isoladamente, a maior preocupação da população brasileira, embora ainda esteja à frente nesse levantamento, tendo sido apontada por 21% dos entrevistados. Segurança e questões sociais, com 19% e 18%, respectivamente, estão próximos.

Segundo a Quaest, alguns setores ajudaram a “puxar para cima” a avaliação do trabalho de Lula. Entre aqueles que ganham até dois salários mínimos por mês, por exemplo, a aprovação saltou de 62% para 69% entre março e julho.

O instituto ainda apurou um crescimento na aprovação do petista entre os evangélicos. No levantamento deste mês, 42% dizem aprovar, enquanto 52% desaprovam. Apesar do cenário negativo, o governo pode ver os números com otimismo, já que no levantamento anterior 39% dos evangélicos diziam que aprovavam e 58% desaprovavam.

O governo também recuperou terreno na região Sudeste, segundo a Quaest. Enquanto em março havia 55% de desaprovação e 42% de aprovação; a pesquisa de julho mostrou empate nos percentuais: 48% para cada.

Lula é ouvido

Uma parcela considerável dos participantes da pesquisa (41%) disse ter tido contato com entrevistas do presidente a emissoras de rádio. Mais que isso: a maioria da população mostrou concordância com falas do presidente. São 90% que concordam que o salário mínimo deve subir acima da inflação, por exemplo.

Outro ponto em que a maioria da população parece convergir com o presidente é em relação aos juros: 87% disseram concordar que as taxas no país são muito altas, e dois terços (66%) dos ouvidos disseram estar de acordo com as críticas feitas pelo mandatário à política de juros do Banco Central.

Críticas ao Banco Central

De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados concordam com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central. Enquanto isso, 23% discordam, e 11% não souberam ou não responderam.

O titular do Planalto tem criticado a decisão da instituição em manter a taxa de Selic em 10,50% ao ano. Para o petista, a medida prejudica investimentos no país.

Ainda em relação às declarações do presidente, 53% não consideram que as falas foram responsáveis pela alta do dólar. Outros 34% acreditam que sim, e 13% não souberam ou não responderam.

Evangélicos

A sondagem também aponta que o índice de aprovação do governo Lula cresceu entre evangélicos, segmento com forte inclinação ao bolsonarismo. No último levantamento, divulgado em maio, o percentual era de 39% e passou para 42%.

A reprovação, apesar de registrar queda, ainda é maior: saindo de 58% para 52%.

Entre os católicos, a avaliação positiva se manteve estável. Antes eram 58% que aprovavam. Agora, passou para 60%. A desaprovação caiu de 40% para 37%.

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