PRESO POR FEMINICÍDIO, DELEGADO RECEBEU MAIS DE R$ 1 MILHÃO EM SALÁRIOS DESDE O CRIME

O crime ocorreu em 4 de março de 2020, na residência do casal no bairro Atuba, em Curitiba (PR), onde uma câmera de segurança registrou os assassinatos.

Por Ingrid De Souza 

Foto: Reprodução

O delegado Erik Wermelinger Busetti, preso há quatro anos, um mês e quatro dias sob acusação de assassinar a tiros sua esposa e enteada, recebeu pelo menos R$ 1.136.483,27 em salários brutos durante esse período, conforme levantamento realizado pela Banda B com base no Portal da Transparência do Governo do Paraná. Esse valor não inclui 13º salário e pagamentos por férias, que somam R$ 93.944,41 adicionais.

Segundo dados do Portal da Transparência, Busetti mantém vínculo ativo com o Estado do Paraná desde abril de 2004. Em dezembro de 2023, o delegado recebeu uma remuneração bruta de R$ 53.525,40, sendo que o valor líquido depositado em sua conta foi de R$ 35.247,28, após descontos de Imposto de Renda e Previdência que totalizaram pouco mais de R$ 18 mil.

A Polícia Civil do Paraná, procurada pela Banda B, explicou que Busetti continua recebendo salário devido à proteção constitucional que garante remuneração até que seja demitido. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que pode resultar em sua demissão, está em andamento, mas foi suspenso por decisão judicial até o término do processo criminal.

O julgamento de Erik Busetti está marcado para esta segunda-feira (8), no Tribunal do Júri de Curitiba. O Ministério Público do Paraná (MPPR) acusa o delegado pelo duplo feminicídio de Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e Ana Carolina de Souza, de 16, alegando motivo torpe relacionado ao término do relacionamento.

O crime ocorreu em 4 de março de 2020, na residência do casal no bairro Atuba, em Curitiba (PR), onde uma câmera de segurança registrou os assassinatos. Maritza Guimarães era escrivã da Polícia Civil, enquanto Busetti trabalhava na Delegacia do Adolescente.

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