CONHEÇA AS HISTÓRIAS POR TRÁS DE 5 MÚSICAS DE PAUL McCARTNEY

O Beatle escreveu centenas de canções e muitas delas são verdadeiros tributos; descubra os bastidores de hits como Hey Jude e Let It Be

                                                                                                              Foto: Getty Images

Sarah Campo Dall'orto

Paul McCartney é o nome por trás de várias canções inesquecíveis. Músicas que atravessaram décadas e seguem emocionando pessoas ao redor do mundo. E muitas dessas composições, criadas durante os Beatles ou depois do fim do grupo, foram inspiradas em personagens que marcaram a vida do artista, como a mãe, Mary; o companheiro de banda, John Lennon; e ainda Linda McCartney, com quem ficou casado durante quase três décadas.

Em 2021, McCartney revisitou as memórias e lançou o livro As Letras, no qual revela a origem de 154 músicas, muitas delas escritas ao lado de Lennon. Com mais de 600 imagens raras, entre fotografias e manuscritos, a obra é, segundo o próprio artista, o “mais perto de uma autobiografia” a levar sua assinatura. À época do lançamento, ele declarou, sem modéstia: “Minhas letras são mais reveladoras do que qualquer biografia dos Beatles”.

Conheça algumas músicas criadas por Paul McCartney que são verdadeiras confissões e tributos carinhosos:

Let It Be



Uma das músicas mais conhecidas do mundo, Let It Be é um marco na história dos Beatles e na carreira de Paul McCartney. Ele já revelou em entrevistas que a letra foi inspirada em um sonho em que sua mãe, Mary, falecida em 1956, apareceu e o acalmou com a marcante frase “Só deixe estar”. “Uma noite, em uma época complicada, eu tive um sonho em que vi minha mãe. Ela tinha morrido há 10 anos. Foi bom vê-la e ela me acalentou com essa mensagem”, compartilhou. No sonho, ela me falava: ‘Tudo ficará bem’. Não tenho certeza se ela usou exatamente as palavras ‘deixe estar’, mas essa foi a essência. Algo como: ‘Não se preocupe, tudo ficará bem’”.

Paul então correu para criar a melodia, simples, com poucos acordes. E em 1970, quando foi lançada, Let It Be foi interpretada por muitos fãs como um recado sobre a separação dos Beatles. A canção fez parte do último disco do grupo de Liverpool.


Here Today

Após a morte de John Lennon, McCartney escreveu a letra de Here Today, que ficou conhecida por ser um tributo ao companheiro de banda. Lançada em 1982, no disco Tug of War, a canção diz: “What about the night we cried, because there wasn’t any reason left to keep it all inside”. Em tradução: “E a noite em que choramos, porque não havia mais razão para guardar tudo dentro de mim”.

Em entrevistas, ele explicou que a memória que acabou virando música veio da primeira turnê dos Beatles nos Estados Unidos, em setembro de 1964, e em uma passagem específica por Key West, na Flórida. “Não pudemos tocar por alguns dias por conta de um furacão. Então ficamos em um pequeno motel. E o que poderíamos fazer? Bem, nós ficamos bêbados. Aí começamos a ficar meio emocionados. Tudo saiu. Contamos algumas verdades um ao outro. ‘Bem, eu te amo, cara’, ‘Amo que você disse isso’. Nos abrimos, e isso foi especial para mim. Acho que foi realmente uma das únicas vezes que isso aconteceu”, contou.

Sobre o assassinato de Lennon, McCartney disse que foi “difícil para todo mundo” porque ele era “um personagem muito amado”. E enfatizou: “Isso me atingiu tanto que eu realmente não conseguia nem falar”.

Friends To Go

Entre os integrantes dos Beatles, George Harrison foi o primeiro a se tornar amigo de McCartney. E em uma entrevista à BBC, Paul deu a entender que Harrison, morto em 2001, o ajudou a escrever Waiting For Your Friends To Go.

“Eu simplesmente tive esse sentimento: Isso é George, é uma música dele”, disse. “Eu era como George, escrevendo uma de suas músicas. Eu só escrevi [a música] com muita facilidade porque não era eu quem estava escrevendo”, adicionou. Ele reforçou ainda que permanece sem saber ao certo qual o significado da letra e que a canção se tornou uma de suas favoritas do álbum Chaos and Creation in the Backyard, lançado em 2005.

Desde então, a composição é vista pelos fãs como um tributo a George Harrison.


Maybe I’m amazed


Paul e Linda McCartney formaram um dos casais mais famosos do rock. Os dois se conheceram em um clube de Londres, mas, na época, o artista ainda estava envolvido com Jane Asher. Dois anos depois, eles se casaram e o relacionamento de quase três décadas rendeu três filhos: Mary, Stella e James.

A letra de Maybe I’m amazed, lançada no álbum McCartney, em abril de 1970, foi uma homenagem de Paul à esposa, que o apoiou durante o turbulento e pesado processo de separação dos Beatles.

“Querida, sou um homem, e talvez um homem solitário, que está no meio de algo, que não compreendo bem”, diz a canção.

E em uma declaração sobre Linda, que morreu de câncer de mama em 1998, aos 56 anos, Paul explicou: “Toda canção de amor que escrevo é para Linda”. Após sua morte, o Beatle expôs à BBC ter chorado por um ano seguido. “Acho que chorei por cerca de um ano sem parar. Eu chorei muito. Foi quase constrangedor, exceto que parecia a única coisa a fazer.”

Hey Jude

Aclamada mundialmente, Hey Jude surgiu na cabeça de McCartney durante uma viagem de carro, na qual ele iria visitar Julian e Cynthia Lennon. Na época, John havia se separado da esposa e já estava vivendo com Yoko Ono.

Paul já declarou em entrevistas que percebia a tristeza da criança, que vivia longe do pai e, enquanto dirigia, buscava maneiras de confortar o menino. Foi assim que criou a frase que abre a música. “Hey Jules, don’t make it bad, take a sad song, and make it better..”. “Era uma mensagem de esperança. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que não está feliz, mas você ficará bem.’ Depois eu mudei o nome de Jules para Jude, que era um personagem em Oklahoma! e eu gostei do nome.”

Pouco tempo depois, ele apresentou a música para Yoko e John Lennon, que adorou de primeira. Hey Jude foi lançada em 26 de agosto de 1968, nos Estados Unidos. Ficou nove semanas no topo das paradas e vendeu cinco milhões de cópias nos seis meses seguintes.

O manuscrito do clássico de Paul McCartney, usado durante a gravação em 1968, foi vendido, em 2020, por US$ 910 mil (R$ 4,6 milhões) durante um leilão on-line que marcou o 50º aniversário da separação dos Beatles.

Paul McCartney – Got Back Tour


Paul McCartney anunciou que voltará ao Brasil com a sua nova turnê, Got Back, entre novembro e dezembro deste ano. O cantor confirmou que passará por cinco cidades: Brasília (30/11), Belo Horizonte (3/12), São Paulo (7, 9 e 10/12), Curitiba (13/12) e Rio de Janeiro (16/12).

Os ingressos para o show em Brasília podem ser comprados no site da Eventim ou na loja Eventim, localizada no Brasília Shopping.

A turnê Got Back é uma realização da Bonus Track em parceria com a 30E, e será apresentada no Brasil pelo Banco BRB.

https://www.metropoles.com/

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