CENSURA DO INSTAGRAN A POSTS QUE DENUNCIAM MASSACRE EM GAZA CHEGA AO THE NEW YORK TIMES

"As pessoas estão vendo uma versão higienizada dos acontecimentos que ocorreram em Gaza". Reportagem do The New York Times mostra que Instagram e Facebook estão suprimindo posts de jornalistas e veículos de comunicação que denunciam o genocídio do povo palestino. Em resposta, Meta justificou que "conteúdos podem ser temporariamente suspensos enquanto analisa milhões de mensagens" e que "alguns podem ser removidos por engano"

Meninas palestinas vítimas de ataque israelense em Gaza (AFP)


Mike Isaac, The New York Times

Milhares de apoiadores palestinos afirmam que suas postagens foram suprimidas ou removidas do Facebook e do Instagram, mesmo que as mensagens não violem as regras das plataformas.

A Meta, dona das duas redes sociais, disse que algumas dessas postagens foram ocultadas da visualização devido a um bug acidental nos sistemas da empresa. Em particular, mensagens de apoio aos civis palestinos, muitos dos quais deslocados, feridos ou mortos por ataques aéreos israelenses, estavam sendo ocultadas das plataformas, disseram os usuários.

Algumas pessoas também relataram que o Facebook suprimiu contas que convocaram protestos pacíficos em cidades dos Estados Unidos, incluindo manifestações planejadas na área da baía de San Francisco no fim de semana.

Aya Omar, engenheira de inteligência artificial, disse ao jornal The New York Times que não conseguia ver contas de mídia palestinas que ela lê regularmente porque a Meta e o Instagram as estavam bloqueando. Ela disse que as pessoas estavam vendo uma versão higienizada dos acontecimentos que ocorreram em Gaza.

“O Instagram e o Facebook estão bloqueando ativamente postagens sobre a história factual de Israel/Palestina, às vezes disfarçando isso como ‘dificuldade técnica'”, disse o Hampton Institute, um think tank, em uma postagem no X (ex-Twitter) no domingo (15).

A Meta alertou que algumas postagens podem ser temporariamente suprimidas ou suspensas enquanto implementa medidas para lidar com um grande número de relatos de conteúdo gráfico. Em alguns casos, disse a empresa, houve dificuldades técnicas que suprimiram postagens que deveriam ter sido amplamente visíveis.

“Identificamos um bug que afetava todas as histórias que compartilhavam reels e postagens do feed, o que significa que elas não estavam aparecendo corretamente para as pessoas, resultando em alcance significativamente reduzido”, disse Andy Stone, porta-voz da Meta, em uma postagem no X no domingo. “Esse bug afetou contas igualmente em todo o mundo e não tinha nada a ver com o assunto do conteúdo —e nós o corrigimos o mais rápido possível.”

Uma hashtag, #Zionistigram, que estava associada a postagens críticas à supressão do Instagram de conteúdo pró-palestino, parece ter sido temporariamente suprimida durante o fim de semana, não retornando resultados nas pesquisas pelo termo.

Muitos apoiadores palestinos migraram para outras plataformas para divulgar suas mensagens, enquanto criticavam a moderação de conteúdo da Meta. O LinkedIn, usado principalmente para networking profissional, viu aumentar o número de postagens críticas à resposta de Israel ao Hamas e em apoio às vítimas civis em Gaza.

Outros postaram nos comentários de postagens de contas amplamente seguidas no Instagram e no Facebook, pedindo apoio. Os comentários na postagem mais recente de Beyoncé, cuja conta no Instagram tem mais de 318 milhões de seguidores, foram inundados por apoiadores palestinos e israelenses tentando angariar apoio para suas causas.

Muitas dessas mensagens foram copiadas e coladas para circulação mais ampla no Instagram e no Facebook.

Em uma postagem de blog na semana passada, a Meta disse que aplica suas políticas de conteúdo de forma igualitária. A Meta também reconheceu que as suas políticas podem não ser sempre aplicadas com perfeição, especialmente em tempos de crise global.

“Dados os maiores volumes de conteúdo que nos são denunciados, sabemos que o conteúdo que não viola as nossas políticas pode ser removido por engano”, disse a empresa.

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