SILVIO BERLUSCONI: RELEMBRE QUEM É A BRASILEIRA ENVOLVIDA NA POLÊMICA 'BUNGA-BUNGA'

Ex-primeiro-ministro da Itália, que morreu aos 86 anos, colecionou controvérsias ao longo da vida; confira outras

Por O Globo — Milão, Itália

À esquerda, a brasileira Iris Beradi; à direita, o ex-primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi Divulgação e Miguel Medina/AFP

O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, teve uma grande polêmica sexual ligada a seu nome em 2011, quando investigações da imprensa italiana denunciaram que o político realizava festas eróticas regadas a drogas, álcool e sexo. Morto nesta segunda-feira, aos 86 anos, o bilionário voltou ao centro dos holofotes no Brasil em 2022, após a revelação de que uma brasileira esteve envolvida no caso conhecido como "Bunga-Bunga". Identificada como Iris Berardi, hoje com 30 anos, a mulher frequentava os eventos quando ainda era adolescente.

Em maio do ano passado, a procuradora italiana, Tiziana Siciliano, disse que sentiu uma "pena terrível" de Berardi. A declaração foi dada durante uma audiência do processo contra Berlusconi. O Judiciário de Milão tratou das denúncias sobre as festas promovidas pelo ex-premier. Há menos de um mês, no dia 17 de maio de 2023, ele foi absolvido de uma acusação de suborno de testemunhas. O político era acusado de tentar silenciá-las no escândalo de prostituição de menores nas festas.
— É um fato comprovado que Iris frequentava a casa de Silvio Berlusconi como menor de idade. Era uma menina irreprimível, como só os jovens podem ser, comparável a Ruby — disse Siciliano na ocasião.

Ruby era o nome de trabalho da ex-acompanhante marroquina Karima el-Mahroug, a quem Berlusconi era acusado de realizar pagamentos em troca sexo. Iris participava das festas nas quais a marroquina estava presente, mas negou ter tido "relações íntimas" com o ex-primeiro-ministro. O caso ficou conhecido como "Ruby ter".
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O magnata liderou três governos italianos entre 1994 e 2011

De acordo com Tiziana Siciliano, a brasileira participou de festas em mansões de Berlusconi, nas quais ele desempenhava o papel de uma espécie de "sultão". Nessas ocasiões, o ex-premier contratava mulheres para "animar sistematicamente as noites em casa com grupos de odaliscas e escravas sexuais", revelou a procuradora.

À época, a defesa de Berlusconi alegou que a acusação vinha apelando para o "mau gosto" e tentativa de "baixar o nível". Os advogados do político argumentaram que ele realizava pagamentos apenas para ajudar as jovens, não para manipulá-las.

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Passado de escândalos

Desde 1994 na política, Berlusconi foi primeiro-ministro por nove anos e dominou a política de seu país durante duas décadas, apesar dos escândalos sexuais e processos judiciais que mancharam sua imagem. Para milhões de italianos, seu governo representa uma idade de ouro da economia italiana.

A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão, como a Mediaset, jornais e edições da Mondadori. Apaixonado por futebol, ele também presidiu o Milan por 31 anos antes de vender o clube em 2017 para investidores chineses.

Sua primeira condenação ocorreu em agosto de 2013. A sentença de prisão de quatro anos por fraude fiscal — três dos quais foram abolidos por uma anistia — foi confirmada pelo Tribunal de Cassação. Ele cumpriu a sentença no ano seguinte na forma de serviço comunitário, o que lhe custou seu título de cavaleiro.

Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, o magnata voltou a se casar em 2020, com Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Força Itália.

G1

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