A IMPRENSA SABIA DOS CRIMES DE MORO E APODRECEU JUNTO COM A LAVA JATO

A Lava-Jato acionou uma síndrome clássica do jornalismo egocêntrico. Por vaidade, alguns profissionais passaram a se sentir parte da operação, como se integrassem aquela turma sem lei. É o que nas guerras chamam de jornalista embarcado, aquele que vai junto com as tropas, vestindo farda e capacete, e que quase se comporta como soldado

William Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional, da Rede Globo (Imagem: reprodução)


Moisés Mendes, DCM

Jornalistas que cresceram na vida nos últimos anos, nas grandes redações, construíram carreiras invejadas como repórteres e comentaristas da operação Lava-Jato.

Sabe-se agora que grande parte dessa elite lavajatista pagou um custo profissional e moral que não poderia ter pago para obter e disseminar informações.

As luzes jogadas nos subterrâneos da operação que prosperou durante cinco anos, sem escrúpulos e sem freios, desnudam seus protagonistas e os que orbitavam ao redor deles.

E nenhuma outra atividade circulou com tanta desenvoltura e proximidade em volta de Sergio Moro e de Deltan Dallagnol quanto o jornalismo da grande imprensa

O ministro Gilmar Mendes sintetiza o que aconteceu. Sem a blindagem da imprensa, a Lava-Jato não teria existido. O ministro não está dizendo que a operação não seria nada sem a cobertura da imprensa.

É mais do que isso. Mendes usa a palavra “blindagem”, que significa proteção mesmo.

A imprensa escondeu, camuflou e ignorou os desmandos da Lava-Jato, enquanto uma competição feroz entre os jornalistas seguia em frente.



GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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