ADVOGADOS DE LULA E BOLSONARO SÃO ALVOS DA OPERAÇÃO LAVA JATO

(Imagem: Divulgação)

Nova fase da Operação Lava Jato mira advogados de Lula, Bolsonaro e Witzel. O MPF apura um esquema que envolvia contratos falsos, sem a prestação dos serviços advocatícios. Operação é baseada na delação premiada de Orlando Diniz e foi autorizada pelo juiz Bretas

Em mais uma fase da operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (9) mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de tráfico de influência no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Contas da União (TCU). A operação, chamada de “E$quema S” investiga o desvio de R$ 151 milhões das seções fluminenses do Sesc, Senac, e Fecomercio – entidades que operam com recursos públicos federais.

As buscas, que ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, se basearam na delação premiada de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomercio no Rio de Janeiro, e que teve sua delação homologada na semana passada pelo juiz Marcelo Bretas. Um dos endereços alvos da ação policial é o escritório Teixeira, Martins Advogados, responsáveis pela defesa do ex-presidente Lula na própria Lava Jato.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, sócios do escritório, estariam diretamente envolvidos no esquema de influência, segundo a delação feita por Diniz. Outra banca citada por Diniz é o de Frederick Wassef, advogado da família do presidente da República Jair Bolsonaro, também alvo de busca e apreensão nesta quarta-feira. Além de advogado da família presidencial, Wassef escondeu Queiroz durante meses em seu próprio escritório.

O Ministério Público Federal afirma que o alto valor destinado pelos órgãos a escritórios de advocacia – R$ 355 milhões entre 2012 e 2018– chamou a atenção dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.


A investigação concluiu que o grupo criminoso produzia contratos falsos entre estes escritórios de advocacia e o sistema S, em troca de facilidades no Conselho Nacional do Sesc Nacional, no TCU e no STJ. A denúncia acusa o ex-ministro do STJ César Asfor Rocha e de seu filho, Caio César Vieira Rocha, de receberem R$2,6 milhões para exercer influência em casos no STJ.

Outro que o Ministério Público acusa de receber valores indevidos é Eduardo Martins, filho do atual presidente da corte, Humberto Martins. Segundo os procuradores, Eduardo recebeu R$ 42,9 milhões em 2014, para influenciar em dois casos no STJ. O dinheiro teria chegado a Martins por meio da contratação de escritórios de terceiros, para ocultar a origem do dinheiro.

A esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, Adriana Ancelmo, foi acusada de desviar R$ 17,7 milhões em recursos destas entidades para o advogado Tiago Cedraz, também por serviços de advocacia jamais prestados. Tiago é filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz.

O MPF apresentou denúncia contra 11 pessoas por organização criminosa – além de Diniz, Teixeira e Zanin, a lista conta com Sergio Cabral, Adriana Ancelmo e Ana Tereza Basílio, responsável pela defesa de Wilson Witzel no impeachment movido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

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