CONHEÇA A HISTÓRIA DA MÚSICA TEAR IN HEAVEN, DE ERIC CLAPTON

Por Érika Freire
Quando os primeiros acordes de Tears In Heaven iniciam, quem é da década de 80 ou 90 logo se emociona.
A canção de Eric Clapton não é apenas uma das mais populares da cena do rock: ela também esconde uma história triste da vida do guitarrista britânico.
Créditos: Divulgação
Considerado um dos melhores guitarristas do mundo, Eric Clapton compôs Tears In Heaven 9 meses depois da morte de Conor, seu filho que, na época, tinha 4 anos, e faleceu de forma trágica ao cair da janela de um prédio em Nova Iorque.

A morte de seu filho o inspirou a compor a canção que se tornou um sucesso mundial ao ganhar prêmios, ser uma das mais tocadas nas rádios e ainda virar trilha sonora do filme Rush.
Vamos saber mais sobre a história de Tears in Heaven e tudo o que aconteceu no fatídico dia?

História da música Tears In Heaven

Será que você saberia o meu nome se eu te visse no Paraíso? Como imaginar que uma música de melodia tão linda é inspirada na dor da perda de um filho?
A relação entre Eric e Conor estava apenas começando a se tornar mais próxima e amorosa, contando que Eric não era casado com a mãe do menino. 
Eric Clapton e seu filho Conor / Créditos: Divulgação
Um dia antes da morte de Conor, eles foram passear e se divertir num circo em Long Island. Era a primeira vez que o cantor e seu filho passavam algumas horas juntos.
Naquele momento, Eric havia entendido, finalmente, o que significava ser pai e chegou a declarar isso à Lory Del Santo, modelo italiana e mãe de Conor.
Lory Del Santo e Conor / Créditos: Divulgação
Lory e Eric haviam se conhecido quando o roqueiro ainda estava casado com Pattie Boyd. Por conta disso, a relação entre os dois ficou distante, mesmo quando Lory se descobriu grávida.
Ela precisou seguir a sua vida e cuidar sozinha do filho. Eric só terminou o seu casamento três anos após o nascimento de Conor.
Eric Clapton e a ex-esposa Pattie Boyd / Créditos: Divulgação
Como o cantor tinha decidido se aproximar do filho e resgatar esse laço tão especial, após o passeio no circo, combinou com Lory que passaria no dia seguinte para pegar Conor para mais um dia de diversão. Eles iriam ao zoológico.

Na manhã seguinte, enquanto aguardava a chegada do pai, o garoto brincava de esconde-esconde com a babá em um dos arranha-céus de Nova Iorque.

Era por volta das 11 horas da manhã quando um funcionário havia retirado o vidro para realiza a limpeza das janelas do edifício. Ao brincar com a babá, Conor correu em direção à janela e caiu do 53° andar.

Conor Clapton / Créditos: Divulgação
Lory ouviu os gritos da babá, correu para a sala e entendeu tudo quando se deparou com a janela aberta, sem o vidro de proteção. Naquele momento, bambeou as pernas, perdeu as forças e acabou desmaiando.

O zelador do edifício, o mesmo que havia retirado o vidro para fazer a limpeza, chegou a chamar a ambulância, porém, não havia muito o que fazer.
Nem ao menos um pedido de perdão

Naquela manhã, Lory obviamente estava transtornada ao ver o que tinha acontecido com o seu filho. Ela considerou uma tremenda falta de prudência da parte do zelador ter tirado o vidro, justo no momento em que Conor estava brincando e correndo pela casa.
Eric e Lory jamais ouviram ao menos um pedido de desculpas da parte do funcionário. A vida de Lory ficou insustentável e, depois daquela manhã, ela chorou todos os dias durante 4 anos.

Foi Eric que teve que ir ao IML tratar dos procedimentos para enterrar o filho. O velório do menino aconteceu em Surrey, cidade onde o guitarrista nasceu. A cerimônia foi na igreja Santa Maria Madalena e contou com a presença dos músicos George Harrison e Phil Collins. 
Lory Del Santo e Eric Clapton no funeral de Conor / Créditos: Divulgação
Compor para lidar com a dor
A letra de Tears In Heaven foi criada por Eric Clapton nove meses depois da morte de Conor e foi a maneira que o músico encontrou para amenizar a angústia de perder um filho.




Após a tragédia, Eric, que até então tinha problemas com alcoolismo, notou que precisava superar tudo sem ter que beber e se comprometeu a honrar a vida de seu filho.

Ao compor Tears In Heaven ele cumpriu essa missão. Não apenas criou uma linda canção, mas também um tremendo sucesso. A música ganhou como Melhor Gravação, Melhor Canção e Interpretação Vocal Masculina no Grammy de 1993.

Considerada uma das melhores composições da carreira de Eric Clapton, a música conseguiu ficar na segunda posição na Billboard Hot 100 nos Estados Unidos.

A canção faz parte do álbum acústico Unplugged, lançado em 1992, e vendeu 7,7 milhões de cópias.

Capa do álbum Unplugged / Créditos: Divulgação

Tal feito levou o trabalho de Clapton ao top entre os acústicos mais bem sucedidos da história. No mesmo ano, Eric ganhou como Melhor Videoclipe Masculino no MTV Video Music Award. 

A escolha de não tocar mais Tears In Heaven

Quando o ano de 2004 chegou, Eric Clapton decidiu parar de tocar Tears In Heaven em suas apresentações, assim como também tirou do repertório a música My Father’s Eyes, outra canção inspirada em seu filho e no fato de o guitarrista não ter conhecido seu pai.

Clapton comentou na época que escolheu não cantar mais as canções porque a sensação de perda já não existia. Entendeu que os sentimentos de luto não estavam ali e não queria se conectar outra vez com eles. 

Depois de alguns anos, o guitarrista cumpriu a promessa de voltar a apresentar Tears In Heaven de forma diferente, provavelmente sem a dor da perda. Confira essa apresentação de 2017:




O eterno guitarrista Eric Clapton

Atualmente, Eric Clapton está com 74 anos e, em 2019, anunciou sofrer de problemas de audição.

Apesar de ter caminhado por diversos estilos ao longo de sua trajetória, a principal influência do guitarrista vem do blues.

O guitarrista Eric Clapton em 2017 / Créditos: Divulgação

O músico inovou por misturar estilos e apresentar diferentes fases a cada trabalho lançado. Em 2011, a revista Rolling Stones o elegeu como o 2º melhor guitarrista de todos os tempos.

Canções e homenagens póstumas

Além de Eric Clapton, muitos outros artistas criaram músicas em homenagem a alguém que partiu
Apesar de triste, é uma forma dos compositores colocarem pra fora toda a dor que a perda de alguém pode causar. Confira!

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