PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA GOVERNANTES, POLÍTICOS E GESTORES PÚBLICOS

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de Gerenciamento Político

Pedro Antônio Bernardi

Mais de 90% das limitações, falhas e erros humanos, causadores de colisões, desarmonia, desentendimentos e agressões entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das três esferas, decorrem de ruídos e déficits fatais de comunicação eficiente, eficaz, efetiva e afetiva. 

Há tudo para ser feito no Brasil, a começar pela cura da comunicação doentia, improdutiva, agressiva e viciada. Igualmente, preocupam a deformidade e persistentes enfermidades da ética, honestidade, patriotismo, respeito ao cidadão universal, amor ao próximo, à Pátria e ao Criador de tudo e de todos.

 É hora de todos entendermos que no mundo dinâmico, flexível e competitivo da globalização, as transformações ocorrem numa velocidade acelerada, enquanto nas esferas governamentais nos países em desenvolvimento, principalmente no Brasil, as mudanças acontecem com lentidão. 

Este plano de comunicação para os governos federal, estadual e municipal, políticos e dirigentes públicos foi construído com base em dez passos que interagem e se completam entre si: Visualizar a totalidade, saber comunicar, criar guia multidimensional, intensificar a comunicação interpessoal, abrir centros de convivência, incorporar o ombudsman, privilegiar a comunicação visual, utilizar multimídia eletrônica, aprimorar a comunicação de retorno, precisar a região da indicatividade.

A leitura da realidade total das cinco regiões - Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte - facilita engajamento, integração e compatibilidade de necessidades, carências, valores e crenças, a par de consubstanciar grau de igualdade entre os brasileiros e exercitar a unidade de diferentes pensamentos e formas de julgamento. A visão parcelar cria dúvidas e fendas entre os diversos universos e públicos que constituem a população.

Atualmente, as verdades e as mentiras se desafiam entre si. Por isso, saber comunicar é criar relações de confiança, satisfazer aspirações, superar expectativas e ressaltar a importância do ser cidadão como agente de desenvolvimento nacional.

O guia multidimensional é espécie de banco de dados que reúne documentos de consulta, estatísticas, avaliação de desempenho, aferição da qualidade das ações e inter-relações humanas, localização de serviços, identificação de fatos relevantes. Ainda, é fonte preciosa de informação histórica sistematizada. Somos fruto da história e da memória.

Comunicação interpessoal "é doar-se e abrir-se para o outro, num diálogo gerador de compreensão, de perdão, de harmonia e de bem estar recíproco. Quando a informação flui em nível de diálogo, em que os interlocutores falam uma linguagem impregnada de respeito, de compreensão e de participação, então acontece a comunicação." (Leonilda Menossi)

Os centros de convivência são locais para intercambiar idéias, conversar, encontrar-se, bater-papo informalmente. Outra finalidade é despertar os públicos para o exercício da cidadania integrada e responsável. O caminhar juntos é mais produtivo quando há presença física de líderes e liderados, governantes e governados, inclusive para superar as desconfianças no subterrâneo do silêncio.

Ombudsman é o olho clínico e crítico sem censura que ouve os públicos para aferir o que pensam sobre o governo, a economia, a política, a ética. Ele também pode facultar ao gestor público reflexão sobre eventuais equívocos e, ao mesmo tempo, aprimorar serviços e valorizar colaborações.

A civilização da escrita está convergindo para a civilização da comunicação audiovisual. A palavra escrita está cedendo parte de sua importância. A mensagem mais atraente é aquela comunicada visualmente e de fácil percepção e compreensão.

Meios eletrônicos e sistemas de telemática distribuem rapidamente informações integradas e uniformizadas, implodem distâncias, economizam recursos e esforços e facilitam o processo interativo com os ambientes interno, externo e de mercado.

Feedback, comunicação de retorno, realimentação, retroalimentação são processos similares que antecipam e corrigem erros de comunicação e de gestão e aprimoram a convivência entre pessoas e grupos. São ferramentas utilizadas não só para detectar falhas, mas principalmente para estabelecer linhas gerais de ação que, por meio do planejamento estratégico, visualizam maneiras eficazes de aperfeiçoar processos de convivência, relacionamento e produtividade.

A região da indicatividade faz com que todos os públicos se sintonizem, compreendam e acompanhem a mesma mensagem quando fazem leitura de alguma informação, novidade, risco, oportunidade ou ameaça.

Pedro Antônio Bernardi é economista, jornalista, professor e filósofo. Palestrante, escritor e consultor de comunicação. Aposentado ativo, atuante e voluntário.

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