SUPREMO AUTORIZA QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DE CUNHA E FAMÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados é investigado por suspeitas de fazer parte do esquema de propinas da Petrobras


Depois das contas na Suíça e do aumento injustificável de R$ 1,8 milhão no patrimônio, apontado pela Receita Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de sua mulher, Cláudia Cruz, de sua filha, Danielle Dytz da Cunha, além de pelo menos três empresas ligadas à família.

Investigado por suspeitas de fazer parte do esquema de propinas da Petrobras, a cada passo do inquérito Eduardo Cunha fica cada vez mais encrencado, aumentando a pressão pela sua saída da presidência da Câmara.

Apesar do recesso legislativo, a situação política de Cunha fica cada vez mais agravada diante do avanço das investigações

Agora, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo, os investigadores querem detalhar a movimentação financeira da família Cunha e do possível uso irregular de suas empresas na área de comunicação, entre as quais, as empresas Jesus.com, C3 Produções e Rádio Satélite. De acordo com as investigações, essas empresas teriam recebido valores transferidos de contas de um banco suíço.

Apesar do recesso legislativo, a situação política de Cunha fica cada vez mais agravada diante do avanço das investigações e, principalmente, dos fatos e indícios revelados que indicam o envolvimento do parlamentar.
Cunha reclama

Mais um vazamento das investigações por parte da Polícia Federal revelou troca de mensagens enviadas por Cunha para o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, pressionando por repasse de verbas. Numa delas, Cunha reclama que ele teria repassado “5 paus” para o vice Michel Temer e para o ex-ministro Moreira Franco, deixado de prestigiar “os amigos”, que seriam ele próprio, o ministro Henrique Alves, e o primeiro-secretário do PMDB, Geddel Vieira.

“Até porque Moreira tem mais rapidez depois de prejudicar vcs do que os amigos que brigaram com ele por vc, entende a lógica da turma? Aí inclui Henrique, Geddel, etc”, escreveu o peemedebista, segundo um diário conservador carioca.

O relatório da PF aponta que Cunha é o político que mais aparece nas conversas com o executivo: fez 27 pedidos a Pinheiro, enquanto Pinheiro fez 26 pedidos a Cunha.

Impeachment

O presidente da Câmara dos Deputados arquivou nesta terça-feira pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer. O pedido havia sido protocolado no dia 21 de dezembro pelo advogado Mariel Marley Marra e alegava que Temer cometeu crime de responsabilidade ao autorizar a abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.

Este é o segundo pedido de impeachment do vice-presidente da República arquivado por Cunha. O primeiro, apresentado pelo deputado Cabo Daciolo (sem partido-RJ) no dia 9 de dezembro, já havia sido arquivado em 23 de dezembro.

O parlamentar ainda precisa analisar cinco pedidos de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff. Ao todo, foram apresentados, no último ano, 37 pedidos de impeachment, sendo uma denúncia recebida, 31 arquivadas e cinco ainda estão em processamento.
CORREIO DO BRASIL

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