PATRIMÔNIO DA FAMÍLIA CUNHA CONTA COM R$ 1,8 MILHÃO EM INJUSTIFICADOS

Assim como negou ter contas no exterior, tudo indica que o parlamentar “esqueceu” de incluir na declaração cerca de R$ 1,8 milhão

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terá que dar explicações à Receita Federal sobre um aumento patrimonial da família Cunha. A soma dos bens foi classificada pela TF como incompatível com a renda declarada.

Assim como negou ter contas no exterior, tudo indica que o parlamentar “esqueceu” de incluir na declaração cerca de R$ 1,8 milhão. Os dados fazem parte do relatório da Receita, feito a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que o investiga no esquema da Lava Jato. O salário bruto de deputado federal atualmente é de R$ 33,7 mil. Cunha e sua mulher também são sócios de empresas na área de comunicação.

O aumento patrimonial foi verificado nas contas de Cunha, de sua mulher e da sua filha Danielle entre os anos de 2011 e 2014

Ainda segundo o relatório, esse aumento patrimonial foi verificado nas contas de Cunha, de sua mulher e da sua filha Danielle entre os anos de 2011 e 2014. Os números foram publicados em reportagem de um jornal paulista desta quinta-feira.

Segundo apurações em que Cunha, esposa e filha são investigados pela Polícia Federal, suspeita-se que eles mantinham contas secretas no exterior, com valor equivalente a R$ 9,6 milhões, abastecidas por recursos desviados da Petrobras.

Citado no esquema de corrupção por ter recebido US$ 5 milhões em propina, Cunha é alvo também de um pedido de afastamento do comando da Câmara pela PGR. Ele, como fez no caso das contas na Suíça, nega que possui patrimônio “a descoberto” e que desconhece o relatório da Receita.


Cunha se reúne com Ricardo Lewandowski em dezembro

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski recebeu o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — réu no pedido de afastamento formulado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por formação de quadrilha e evasão de divisas, entre outros crimes denunciados — com as portas do gabinete abertas à imprensa. O fato surpreendeu Cunha e o grupo de parlamentares que o acompanhou na visita à sede da Corte Suprema no dia 23 de dezembro.

Cunha, que corre o risco de perder o mandato, na ação que será julgada no STF dentro de 60 dias, chegou à Corte às 14h, acompanhado de apenas dois deputados aliados, Jovair Arantes (PTB-GO) e Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ). O grupo ficou reduzido após a desistência da maioria dos líderes partidários convidados para o encontro com Lewandowski. O isolamento de Cunha ficou retratado na recepção.

Adversário de Cunha, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) fez questão de chegar um pouco depois, para marcar o fato de que não acompanhava o grupo favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Na extensa mesa de reuniões do STF, Cunha e seus dois convidados sentaram-se com Lewandowski que, ato seguinte, convidou os repórteres presentes a acompanhar e documentar o encontro, que não durou mais do que meia hora.

Alguns ministros do Supremo comentam com seus assessores e estes, por sua vez, com jornalistas conhecidos, que a atitude de Lewandowski — de abrir o gabinete à mídia — demonstrou, de forma clara, o repúdio da corte “ao pedido intempestivo de Cunha”.

– Cunha praticamente forçou o encontro com o presidente da Corte, às vésperas das festas de fim de ano, para uma reunião absolutamente inócua – disse um assessor, por telefone, à reportagem do Correio do Brasil. O pedido de Cunha foi interpretado como uma forma de pressão ao STF.
CORREIO DO BRASIL

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