PETROBRÁS MANTERÁ 'RITMO FORTE' NOS DESINVESTIMENTOS EM 2016

Na ponta do crescimento da companhia, o montante total inclui investimentos no Comperj para recepção e tratamento de gás e manutenção de equipamentos
Por Redação – do Rio de Janeiro

O ritmo de desinvestimento da Petrobras, importante fator para a redução no endividamento da companhia, será mais forte do que o imaginado em 2016, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da petroleira Aldemir Bendine, garantindo que a companhia cumprirá com o planejado apesar do mercado adverso.
Bendine diz também que haverá investimentos da Petrobras, no ano que vem

— Vai restar o grande desafio do equacionamento da dívida da empresa, que tem como caminho o desinvestimento — afirmou Bendine, em encontro com jornalistas pela manhã.
Em comunicado, liberado nesta manhã, a Petrobras responde às perguntas mais comuns sobre o processo de investimento

Leia a seguir:

1. Está prevista a venda de áreas do pré-sal que estão em produção?

A nossa carteira de desinvestimento é dinâmica, pois o desenvolvimento das transações dependerá das condições negociais e de mercado. Assim sendo, a lista de oportunidades para alienação pode sofrer alterações devido às condições de mercado e à análise contínua dos negócios da empresa. Por questões estratégicas e sigilo comercial não informamos os projetos de desinvestimentos de nossa carteira.

2. A Petrobras vai parar de investir?

Serão investidos 130,3 bilhões de dólares de 2015 a 2019, de acordo com o nosso Plano de Negócios e Gestão 2015-2019. Do total, 83% (108,6 bilhões de dólares) serão destinados à área de E&P, que vai priorizar projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase no pré- sal. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural.

3. Desinvestimentos são comuns entre as grandes empresas de petróleo?

A redução dos nossos investimentos segue a tendência mundial da indústria de petróleo e gás e está diretamente ligada à redução dos preços de petróleo no mercado mundial. Empresas do setor – majors, empresas nacionais e independentes – têm previsão de reduzir investimentos em todas as áreas, inclusive na área de E&P. A média mundial de diminuição de investimentos no segmento de E&P este ano em relação a 2014 é de 20%. O nosso montante de desinvestimentos para o período entre 2015 e 2016 foi revisado para US$ 15,1 bilhões (sendo 30% na área de Exploração e Produção, 30% no Abastecimento e 40% no Gás e Energia). O plano também prevê esforços em reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais, totalizando US$ 42,6 bilhões entre 2017 e 2018. Com essas medidas, buscamos maior eficiência na gestão de serviços contratados, racionalização das estruturas e reorganização dos negócios, otimização dos custos de pessoal e redução nos dispêndios de suprimento de insumos.

4. Além do pré-sal, demais áreas vão receber investimentos?

Na área de Abastecimento, vamos investir US$ 12,8 bilhões, sendo 69% em manutenção e infraestrutura, 11% na conclusão das obras do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima e 10% na Distribuição. O montante total inclui investimentos no Comperj para recepção e tratamento de gás, manutenção de equipamentos, dentre outros. A área de Gás e Energia tem alocados 6,3 bilhões de dólares, com destaque para os gasodutos de escoamento do gás do pré-sal e suas respectivas unidades de processamento (UPGNs).

5. As obras do Comperj estão paradas?

Conforme o nosso Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, as obras da central de utilidades do Comperj e das unidades de infraestrutura que irão suportar a partida da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) estão em andamento com previsão para entrar em operação até outubro de 2017. Quanto ao projeto da Refinaria Trem 1, estamos estruturando um modelo de negócio visando a sua conclusão.

6. Serão concluídas as obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)?

O primeiro conjunto de refino (Trem 1) já iniciou suas operações, enquanto prosseguem as obras para colocar em funcionamento o Trem 2, com previsão de entrada em 2018.

7. A Companhia vai se desfazer da Petrobras Distribuidora?

Informamos que, em continuidade ao processo de estudos para oferta pública de ações da Petrobras Distribuidora (BR) divulgado através de Fato Relevante em 01 de julho de 2015, nosso Conselho de Administração autorizou o protocolo de registro de oferta pública e de companhia aberta da Petrobras Distribuidora na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).Todos os atos necessários para realização da oferta estarão sujeitos à aprovação dos órgãos internos da Petrobras e da Petrobras Distribuidora, bem como à análise e à aprovação dos respectivos entes reguladores, supervisores e fiscalizadores, nos termos da legislação aplicável. A presente comunicação não deve ser considerada como anúncio de oferta e a realização da mesma dependerá de condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional.

8. A Transportadora Associada de Gás (TAG) vai ser vendida?

A partir de um termo de compromisso assinado com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vamos reestruturar a TAG e suas subsidiárias integrais: Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e Nova Transportadora do Nordeste (NTN). Nosso objetivo é criar uma carregadora de gás natural no Nordeste e outra no Sudeste do Brasil. Ao final desse processo, apenas as empresas TAG e NTS serão mantidas, ambas como nossas subsidiárias integrais, sendo a TAG responsável pelos ativos do Norte e Nordeste e a NTS pelos ativos do Sudeste. Essa operação altera apenas a estrutura societária das subsidiárias, sem impacto no negócio de transporte de gás natural.

9. Os negócios no exterior vão acabar?

Nos próximos cinco anos, prevemos para a área de Exploração e Produção 4,9 bilhões de investimentos no exterior, e no Segmento Abastecimento está previsto 1,3 bilhão de investimentos para o negócio distribuição.
CORREIO DO BRASIL

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