GILBERTO GIL MAIS PRÓXIMO DOS PALESTINOS DEPOIS DE VISITAR ISRAEL E CONHECER A REALIDADE QUE A MÍDIA OMITE

Confederação Israelita diz que Caetano sucumbiu à onda 'antissemita'
A turnê internacional de Caetano Veloso e Gilberto Gil foi marcada por polêmica antes da chegada a Tel Aviv.Reutes/ Denis Balibouse

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) afirmou neste domingo (8) que Caetano Veloso "sucumbiu" à campanha antissemita, em resposta a texto em que o cantor baiano afirmava que não voltaria a Israel por causa da opressão ao povo palestino.

Em texto publicado neste domingo, Caetano usa a música "Minha Alma (A paz que eu não quero)", do grupo "O Rappa", para criticar atos de violência do Exército israelense contra palestinos, especialmente na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967 e que o cantor visitou em sua última viagem a Israel.

Para a Conib, ao escolher relatar apenas um lado do conflito israelo-palestino, o cantor faz "um desserviço à causa da paz que defende e, apesar de suas boas intenções, tornou-se porta-voz de pregadores do ódio e da discriminação".

"A campanha de boicote a Israel é parte de um monstruoso movimento internacional de raiz antissemita que só quer ver e simpatizar com um lado do conflito árabe-israelense", afirma Fernando Lottenberg, presidente da Conib, no comunicado. "Caetano Veloso, infelizmente, sucumbiu a essa onda antissemita e se fez cego diante da incitação ao terrorismo e ao ódio contra os judeus nos lugares que visitou e nos movimentos com os quais agora simpatiza."

Ainda no comunicado, a Conib afirma que o conflito deve ser "endereçado por meio de negociações de paz que levem à criação de um Estado palestino vivendo em paz e segurança ao lado do Estado de Israel".

No texto criticado pela Conib, o cantor cita especificamente o caso de um palestino que aparece em um vídeo sendo atingido com pedaços de pau por jovens israelenses moradores de um assentamento. O mesmo homem relatou ao cantor cenas de destruição de habitações pelo Exército israelense.

"Eu quero a paz que se mostra desde sempre impossível. Mas agora eu a quero sentindo-me muito mais próximo dos palestinos do que jamais me imaginei —e muito mais longe de Israel do que suporia meu coração há apenas pouco mais de um ano", afirma o cantor no texto.

SHOW

A apresentação do cantor e de Gilberto Gil em Israel, em julho, foi cercada de polêmicas desde o anúncio.

O Comitê Nacional Palestino de BDS (boicote, desinvestimento e sanções) para a América Latina pediu o boicote ao show. Em cartas, o ex-Pink Floyd Roger Waters e o arcebispo e Nobel da Paz Desmond Tutu pediram que os cantores cancelassem o show em Tel Aviv.

O movimento BDS já conseguiu que artistas como Lauryn Hill, Carlos Santana, Coldplay, Annie Lennox e Elvis Costello boicotassem Israel. Mas falhou em convencer outros, como Robbie Williams, Bon Jovi, Mariah Carey, Rihanna, Madonna, Elton John e Rod Stewart.

Na apresentação, que reuniu 10 mil fãs brasileiros e israelenses, nenhum dos dois cantores tocou na questão política. Na visita, ambos se reuniram com o ex-primeiro-ministro e presidente de Israel Shimon Peres, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1994, participaram de um encontro com ONGs de direitos humanos israelenses e palestinas e visitaram uma aldeia palestina no Sul da Cisjordânia.
Agências de notícias 

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