ÓDIO NAS REDES SOCIAIS LEVA AMEAÇA DE MORTE À MARIA FRÔ

Editora do site Maria Frô, a educadora Conceição Oliveira foi alvo, nas últimas horas, de ataques levados pelo ódio que se propaga nas redes sociais.
 Militante de esquerda, Conceição Oliveira relata as intimidações sofridas por exercer sua cidadania política e se posicionar contra a sombra do golpe de Estado que paira sobre o Brasil.

A historiadora Conceição Oliveira milita pela democratização da mídia no Brasil

Alvo de ameaças de morte, desrespeitada em sua integridade por termos abjetos e exposta à violência verbal, a também historiadora recomenda a similares da malta ignorante que assalta as páginas das redes sociais: estudem

Por conter linguagem chula e palavrões, o editor recomenda discernimento na leitura adiante:

O dia que ameaçaram encher minha cabeça de bala

A foto no meu perfil do Facebook traz a adesão a uma campanha: Democracia Sim, Golpe Não.

Qualquer um que tenha contas nas redes sociais pode aderir, basta acessar o link da campanha no twitbbon.

A foto já estava lá há um bom tempo e até dia 1 de setembro nada de novo havia ocorrido. Eis que na noite do dia primeiro recebo notificação de comentário na minha foto do Facebook e vou olhar. Surpreendo-me com uma mensagem agressiva de um perfil com a foto de um adolescente. Respondo o que responderia para muito de meus alunos que jamais se comportaram assim nem no mundo online nem no offline: estude.

O garoto não se deu por satisfeito com a primeira mensagem agressiva e por mim apagada e resolveu ser ainda mais explícito: 



Como é possível ver no print da página, uma leitora que faz parte de minha rede, Andrea Meira, também se pronunciou educadamente e também foi alvo de repostas agressivas:


O que será que os pais de Thiago Igor F, seus professores e os adultos que o rodeiam pensam de seu comportamento na rede?

O que faz um adolescente que não nos conhece se sentir no direito de fazer ameaças explícitas de morte, num discurso confuso, mal escrito, repleto de palavrões? O que dá a esse jovem a sensação de liberdade para desqualificar e agredir nas redes sociais?

Além de advogados tucanos fazendo vídeos ameaçando de morte a presidenta, sem receber qualquer punição, atribuo o responsabilidade também ao Facebook, rede na qual os racistas, homofóbicos, transfóbicos, sexistas, neonazistas podem agir livremente sob tutela dessa empresa. Vejamos: alguém ameaça de morte duas pessoas, tem uma página onde só expõem barbáries preconceituosas e que ferem os direitos humanos e essas práticas não são consideradas pelo Facebook algo que firam os padrões da comunidade. A resposta abaixo foi enviada pelo Facebook diante da denúncia de Andrea.



Quanto a mim, printei as ameaças e fiz denúncias no MPF e na Polícia Federal, nem perco mais o meu tempo denunciando barbáries no Facebook, este só se incomoda com a exposição de seios, mesmo que seja uma foto histórica que registe uma mulher indígena numa página oficial do Ministério da Cultura. Neste caso o Facebook acha que os padrões da ‘comunidade’ foram feridos.


ATUALIZAÇÃO:


Outro jovem, de classe média alta, 20 anos, residente em Mato Grosso que assina Thiago Carlos Gonçalves comentou no perfil da minha foto e não satisfeito me mandou as seguintes mensagens in box:




Mais uma vez, pergunto: o que faz um jovem com todos os recursos, com capacidade de avaliar suas ações, dirigir-se a uma senhora que tem a idade de ser a sua mãe e sentir-se no direito de tamanhas ofensas? É a completa certeza de impunidade?

Sua página é misógina, cheia de ataques às mulheres, e como a do outro Thiago repleta de mensagens que ferem os direitos humanos.

Esse jovem nunca irá procurar um trabalho, não tem nenhuma preocupação em relação à sua imagem pública ou ele acha correto agredir pessoas que ele não conhece e considera que terá apoio social, que em sua faculdade, em seu trabalho xingar mulheres em uma rede social e uma atitude louvável?

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