Até à data não houve registo de casos graves já verificados noutros países, quer de intoxicação quer de asfixia, que motivaram as autoridades a impor novas regras às empresas ao nível das aberturas das embalagens e apresentação dos produtos.
Por lei, não podem ter uma decoração gráfica susceptível de despertar ou estimular a curiosidade das crianças. "Estamos numa fase de transição em que ainda existem alguns produtos no mercado, pelo que os pais devem estar atentos, sobretudo quando estão a pôr a cápsula na máquina e as crianças lhe deitam a mão."
Além das cápsulas, tem também aumentado a ingestão ou tentativa de ingestão acidental de ambientadores "Cada vez são mais usados e têm um cheiro tentador. Acontece tentarem comer o líquido dos aparelhos de ligar à parede ou os novos produtos de gel para colocar na sanita, que têm cores vivas. As crianças chegam lá facilmente e usam os dedos para tirar e comer", avisa Fátima Rato.
É entre o primeiro e os quatro anos de idade que mais ocorrem estas intoxicações, especialmente perigosas quando estão em causa produtos cáusticos usados em alguns detergentes. "Na maioria das vezes não chega a haver ingestão porque sabem mal", diz a médica, que recomenda aos pais atenção redobrada.
"Muitas vezes dizem-nos que não percebem como aconteceu. Nestas idades, as crianças aprendem a fazer coisas muito rápido e por vezes os pais não se apercebem que de um dia para o outro os filhos chegam a determinado sítio ou conseguem abrir embalagens mesmo com mecanismos de segurança".
"É frequente comerem cigarros dos maços dos pais mas felizmente vomitam logo", acrescenta a médica. Os registos atestam a curiosidade sem limites dos miúdos: já foram consultados por pais preocupados por as crianças terem comido fezes de gato, diferentes tipos de papel como prata ou celofane, cinza, mercúrio de termómetros, saquinhos de sílica-gel usados para absorver humanidade e até gás pimenta.

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