"Devido a uma recessão mais profunda e aos desvios entre as previsões iniciais e os resultados de 2011, temos de rever os números para 2012 de acordo com os objetivos fixados no quadro da lei para o saneamento das finanças públicas", lê-se num projeto-lei que deverá ser aprovado de urgência no Parlamento helénico nos próximos dias, segundo uma fonte do Ministério das Finanças, citada pela AFP. O orçamento grego para 2012, votado na Assembleia em dezembro, previa um défice público de 5,4% com excedente primário de 1,1% do PIB, mas, com a nova revisão, o excedente primário só deverá ser alcançado em 2013, como já tinha indicado o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, na passada terça-feira.
Esta revisão segue-se a uma lei-quadro votada no Parlamento grego a 12 de fevereiro e que validou o início de um conjunto de medidas de poupança estimadas em 3,2 mil milhões de euros, reclamadas pelos credores para colocar sob controlo as derrapagens nas contas públicas. O projeto de lei prevê reduções nas dotações orçamentais destinadas a vários ministérios, entre os quais os da Saúde, Emprego, Defesa, Educação e Cultura, bem como os consequentes cortes nos salários e reformas.
A Grécia vive o seu quinto ano de recessão económica. Prevista inicialmente para 5,5% do PIB, a recessão agravou-se no ano passado e deverá ter superado a barreira dos 6%, de acordo com as últimas estimativas.
Entretanto, a agência de notação financeira Fitch cortou ontem o rating da Grécia em dois níveis, de CCC para C, o penúltimo nível da escala, considerando muito provável o incumprimento do país a breve prazo.
Oje - Portugal


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