O imbróglio começou com um editorial da Folha de S. Paulo, na quinta-feira, 5, contra a greve dos policiais militares e bombeiros no Ceará. O jornal criticava o governador Cid Gomes por ter elevado o piso salarial dos PMs para R$ 2.634 – “mais que os atuais R$ 2.366 de São Paulo”. A comparação, que deixava SP na pior, provocou a revolta do procurador da Assembleia Legislativa do Ceará, Reno Ximenes. Ele decidiu enviar uma nota ao blogueiro Eliomar de Lima, badalado formador de opinião da população cearense.
“O Editorial [da Folha] foi escrito no Ceará e mandado, via email, para o tucano José Serra por seus aliados daqui”, acusou Ximenes. Ele também chamou a Folha de “Diário Oficial de São Paulo”. Diante da artilharia do procurador, que assinava a nota como “advogado”, a secretária-geral do PSDB de Fortaleza reagiu. Apenas algumas horas depois, Kamyla mandou uma resposta ao Blog do Eliomar, classificando de “estapafúrdia” a declaração do procurador e de “ignominiosa” (desonrosa, indecorosa) a conduta dele.
De fato, não houve uma defesa de Serra, mas sim da Folha, além da condenação de Ximenes. O tuíte de gratidão de Serra foi claramente calculado como afago político numa atmosfera tucana povoada por apadrinhados de Tasso Jereissati, como a própria Kamyla, conforme mostram imagens publicadas por ela mesma na internet. Tasso e Serra nunca se bicaram.
“Prefiro a democracia a garantir decoro”
Reno Ximenes revelou que é próximo ao PSDB cearense. Os “aliados” de José Serra a que ele se referiu no blog eram outros. “Tenho muitos amigos no PSDB e na minha nota não há referência ao PSDB. Não tenho orientação de ninguém, não sou cavalo de batalha e nunca serei”, disse.
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