PERÍCIA CONCLUI QUE VALOR SUPERFATURADO NAS DEZ PRIMEIRAS OBRAS FISCALIZADAS NA CPI, É R$19 MIL SUPERIOR AO DENUNCIADO

Análise apontou superfaturamento de R$ 85 mil dos R$ 151 mil contratados em pintura de ponte e construção de calçadas de passeio

Relator da CPI, Ramatis de Oliveira, e o presidente da comissão, Mozart Lopes (Foto: Tiago Silva)

A análise das dez primeiras das 50 obras a serem fiscalizadas pela perita contratada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras de Lajeado apontou que o superfaturamento foi superior ao valor denunciado pelo vereador Éder Sphor (MDB), secretário da CPI. O resultado foi apresentado na tarde desta sexta-feira (12) pela engenheira Cláudia Diehl aos integrantes da CPI, que posteriormente concederam entrevista à Rádio Independente.

A primeira parte do trabalho feito pela perita analisou nove obras de construção de calçadas de passeio e uma pintura de ponte do Saraquá, na Avenida Beira-Rio. A perícia aponta que em todas as calçadas o serviço não contou com armadura de ferro — que tem a finalidade de dar resistência estrutural ao concreto do piso, evitando trincas e desníveis, garantindo a durabilidade e a segurança —; teve menor espessura e algumas apresentaram metragem executada menor que a metragem contratada.


Segundo o estudo, o valor contratado para as dez obras foi de R$ 151.479, porém, o valor entregue com serviço foi de apenas R$ 65.594 e os outros R$ 85.885 do valor pago foram superfaturados, o que representa 56,69%. Isso representa R$ 19.601 a mais do que os R$ 66.283,12 denunciados por Spohr. Das dez obras, seis tiveram superfaturamento maior que a denúncia, uma ficou no valor denunciado e em três o desvio foi menor que o acusado.

Dessas dez primeiras obras vistoriadas, nove foram realizadas em 2025 e apenas uma em 2024, quando Gunther Meyer era o secretário de Obras. De 2025, oito obras ocorreram quando a pasta era comandada por Fabiano Bergmann, o 'Medonho', e uma, envolvendo a Secretaria de Serviços Urbanos, com a gestão de Elisete Mayer. Essa foi a única obra que não chegou a ser paga, segundo a perícia, justamente por conta do início das investigações da CPI.

Quanto aos fiscais, os integrantes da CPI não expõem os nomes, mas relatam que três fiscais diferentes estavam responsáveis por acompanhar essas obras. Um deles deveria ter fiscalizado seis obras, outro três e um fiscal foi responsável por uma obra.

Presidente da CPI, Mozart Lopes, admitiu a decepção (Foto: Tiago Silva)

À Rádio Independente, o presidente da CPI, Mozart Lopes (PP), o relator Ramatis de Oliveira (PL) e o secretário, Éder Spohr (MDB), informaram que a perita prevê entregar a análise de mais dez obras em dezembro e concluir o trabalho em janeiro de 2026. “Esse primeiro resultado não me impressionou e nas outras 40 obras, vem coisa pesada pela frente”, cita o secretário da CPI e denunciante, Éder Spohr. Em contrapartida, Ramatis se disse surpreso. “Nós podemos dizer que estamos em choque”. E Mozart Lopes se mostrou abatido e destacou que pretende “aguardar as outras 40 e ver o que aconteceu também”.

Spohr gostaria que a CPI fosse ampliada para a analise de mais obras, uma vez que a empresa PDS, que está sendo investigada, teria sido responsável por 508 obras feitas para a Prefeitura de Lajeado desde 2016, num montante de mais de R$ 16 milhões.

Eder Spohr é secretário da CPI e quem trouxe as denúncias a público (Foto:

Ricardo Sander
GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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