Nosso parceirou repórter, Sérgio de Sousa, se infiltrou em um seminário do PL em Fortaleza. Nele, representantes do Google e da Meta ensinaram para Bolsonaro e seus parceiros uma estratégia para as próximas eleições: como usar a inteligência artificial para influenciar interesses.
O evento reuniu políticos, influenciadores e ativistas bolsonaristas, escancarando, mais uma vez, a que nível chega uma parceria entre as big techs e a extrema direita .
Já falamos aqui como a rede social Kwai estava oferecendo mais engajamento para os usuários que publicavam notícias falsas sobre o STF. E já falamos também sobre como a Meta diminui 75% do alcance das nossas reportagens no Instagram e Facebook.
Como se essa manipulação escancarada dos algoritmos de entrega não fosse o suficiente, como oficinas do Google e da Meta ofereceram ao partido PL como gerar imagens e vídeos ultrarrealistas, manipular conteúdos, discursos e criar posts virais .
Um verdadeiro arsenal digital em preparação para 2026 , em meio a gritos de “volta, capitão” para Bolsonaro — que fez um discurso ao final do evento celebrando a presença das big techs. “Estão do lado certo” , disse.
Entendeu agora por que os deputados do PL lutam tanto contra o Projeto de Lei 2.630, que pretendiam estabelecer plataformas de redes sociais? O projeto de poder deles não sobreviveu sem suas campanhas de desinformação em massa.
Na prática, esse cenário injusto de disputa nas redes com as eleições presidenciais se aproximando , significa que grande parte do público decidirá seus votos com base em notícias falsas , sem ter acesso à informação de qualidade. E nós aqui do Intercept estamos certos de que não deixaremos isso acontecer !
Mas os custos para manter um jornalismo independente como o nosso em pé de igualdade com os discursos da extrema direita ficaram muito maiores. Notícias de qualidade não bastam mais para conquistar a audiência , são necessários anúncios, tráfego pago e uma equipe de marketing muito preparada.
E não se engane, sair dessa disputa não é uma solução. Lembre-se de que o Brasil é o segundo maior consumidor de redes sociais do mundo. Se não estivermos lá para levar informações e combater as notícias falsas, quem irá?
Não aceitamos dinheiro de nenhuma empresa privada, diferente dos 424 veículos brasileiros de jornalismo que são patrocinados pelas big techs .
GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR
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