HUMORISTA DE STAND-UP QUE MATOU MISS TEEN NO PARANÁ ENVIOU ÁUDIO APÓS O CRIME

O crime chocou a opinião pública não apenas pela violência, mas pela dissimulação do autor, que transitou durante dias entre os familiares da vítima fingindo solidariedade e preocupação. Humorista admitiu que matou a jovem porque ela não tinha interesse em ter um relacionamento com ele

O humorista Marcelo Alves, conhecido no meio artístico como Alves Li Pernambucano


Por Ana Oliveira e Felipe Borges | Pragmatismo Político

O humorista Marcelo Alves, conhecido no meio artístico como Alves Li Pernambucano, confessou à Polícia Civil do Paraná (PC-PR) ter assassinado Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, eleita Miss Serra Branca Teen da Bahia em 2020. O corpo da jovem, desaparecida desde o dia 2 de junho, foi encontrado na última segunda-feira (9) em uma área de mata em Araucária, região metropolitana de Curitiba. Marcelo, que era amigo de longa data da vítima e de sua família, apontou à polícia o local exato onde o cadáver havia sido enterrado.

Segundo a delegada Aline Manzatto, responsável pelo caso, o humorista atraiu Raissa com uma falsa promessa de emprego em Sorocaba, interior de São Paulo. A intenção, no entanto, era tentar forçar uma relação amorosa com a jovem. Diante da recusa de Raissa e do constrangimento expresso por ela, Marcelo afirmou ter “perdido o controle” e a matou por estrangulamento, usando uma abraçadeira plástica. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) indica esganadura, possivelmente com o uso de uma sacola plástica.

O crime, de natureza brutal, ganha contornos ainda mais perturbadores com os desdobramentos revelados pela investigação. Após o assassinato, Marcelo manteve contato constante com a família da vítima, oferecendo ajuda nas buscas e até abrindo sua casa para que os parentes ficassem hospedados durante o período de angústia. Chegou, inclusive, a enviar um áudio para a advogada da família, no qual dizia jamais ter feito mal à jovem.

“Eu nunca tive intenção de fazer mal nenhum à Raissa. Nunca tive intenção nenhuma. Só olhei pra ela com todos os olhos”, disse Marcelo na mensagem.

Para a delegada, a ausência de sinais de defesa no corpo de Raissa sugere que ela pode ter sido dopada antes de ser assassinada, o que levanta suspeitas de premeditação. Outro fator que reforça essa hipótese foi o modo como o corpo foi tratado: enrolado em lona, amarrado com fita adesiva e transportado no porta-malas de um carro até ser enterrado em uma área de mata fechada. Tudo isso com a ajuda do próprio filho de Marcelo, que tentou convencê-lo a se entregar, mas acabou sendo cúmplice na ocultação do cadáver.

A jovem era natural de Paulo Afonso, na Bahia, e vivia em Curitiba há três anos. Marcelo a conheceu ainda criança, aos 10 anos de idade, em um projeto social em sua cidade natal. Posteriormente, foi ele quem a ajudou a se mudar para o Paraná. Para a família, ele era visto como uma figura paternal. Raissa, segundo parentes, jamais alimentou qualquer tipo de relação afetiva ou amorosa com o assassino.

“Quando soubemos do desaparecimento, ele ficou todo tempo mentindo, dizendo que ia ajudar a procurar. Falava como se fosse da família. Raissa confiava nele como se fosse um pai”, contou o primo da vítima, Herbert Guilherme.


Após a confissão do crime, Marcelo foi preso em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O filho, que teve a identidade preservada, também foi detido por ocultação, mas liberado após pagamento de fiança. As investigações prosseguem para esclarecer as circunstâncias exatas do assassinato, incluindo a análise das lesões no corpo e a real extensão da participação do filho.

O crime chocou a opinião pública não apenas pela violência, mas pela dissimulação do autor, que transitou durante dias entre os familiares da vítima fingindo solidariedade e preocupação. Um teatro de crueldade que escancarou, mais uma vez, o perigo de idealizações forjadas sobre vínculos afetivos baseados em poder, dependência e manipulação.

→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: pragmatismopolitico@gmail.com

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

Postar um comentário

0 Comentários