PARANÀ: EDUCADORES (AS) APOSENTADOS (AS) DEFINEM AÇÕES PARA 2025 EM REUNIÕS REALIZADAS EM CURITIBA

Encontro estadual de planejamento da Secretaria de Aposentados(as) foi concluído nesta quarta-feira (19) na Sede da APP

Foto: Luan Romero/APP-Sindicato


Avançar nas pautas financeiras e pedagógicas na campanha salarial de 2025, organizar a política de formação sindical, intensificar o trabalho de base e ampliar a sindicalização são algumas das atividades para os educadores(as) aposentados(as) neste ano. As metas foram definidas no encontro estadual de planejamento da Secretaria de Aposentados(as), concluído nesta quarta-feira (19) em Curitiba.

O encontro aconteceu na sede do Sindicato, reuniu os(as) secretários(as) regionais da pasta nos 29 núcleos sindicais da APP e começou na terça-feira (18). Nos dois dias de trabalho foi feita uma avaliação do último período, debates e construção de estratégias para fortalecer as pautas e superar desafios dos(as) educadores(as) aposentados(as).

“Esses dois dias foram extremamente positivos e muito produtivos. Todos e todas colaboraram muito. Nós fizemos uma avaliação do que foi 2024 e traçamos algumas metas para 2025. Vamos continuar aumentando a participação nos coletivos em todo o Paraná. Conversamos também sobre a importância dos cursos de inclusão digital”, avalia Maria Adelaide Mazza Correia, secretária estadual de Aposentados(as) da APP.

No encontro foi definido um calendário de atividades nos meses de março e de abril: em 21 de março teremos a celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial no Brasil; 27 e 28 de março, conselho da APP e assembleia ordinária de prestação de contas; 12 de abril, seminário da CUT; dia 23 de abril, mobilização em defesa da educação pública; dia 26 de abril, comemoração de 78 anos da APP; dia 29, dez anos do Massacre do Centro Cívico.

O segundo dia do encontro teve uma homenagem a Maria Adelaide, que anunciou a decisão de deixar a Secretaria de Aposentados(as) no final do ano. “Saber que não teremos a Adelaide aqui diariamente nos dói bastante, mas a vida é assim. A gente precisa cumprir as tarefas e preparar pessoas para continuar o nosso trabalho. A Adelaide deixa um legado muito grande na APP-Sindicato. E a gente tem uma honra muito grande de ladear a luta junto com a Adelaide”, disse, emocionada, a secretária de Administração da APP, Nádia Brixner.

Adelaide agradeceu comovida. “Esse é um grupo maravilhoso, que trabalha, com pessoas que realmente lideram e têm feito coisas ótimas para todos os nossos aposentados e aposentadas. Como secretária estadual, eu não poderia ter feito nada sem cada um e cada uma de vocês”, afirmou.

Foto: Luan Romero/APP-Sindicato

Gente

As pessoas a quem Adelaide se referiu são professoras como Salete Tonon, educadora e líder sindical. Formada em pedagogia pela FAFI, atual Unespar, em União da Vitória, ela passou a entender seu papel como educadora durante uma palestra oferecida pelo Centro Acadêmico do curso, que apresentava a educação pelos olhos de Paulo Freire.

Após iniciar na profissão pelo Colégio Estadual Bernardina Schleder, Salete se sindicalizou e tomou posse como presidenta do Núcleo Regional da APP em União da Vitória de maneira inusitada: devido ao período de gestação da presidenta eleita, ela precisou ocupar a presidência e iniciou sua militância.

Aposentada desde 2017, Salete esteve no front da violência do governador de Beto Richa contra os(as) professores(as) em 29 de abril de 2015. “Nesse dia feriram nossa alma de educador, foi um desrespeito muito grande contra nossa luta, que é uma luta justa, uma luta legítima. Entendemos um pouco do que aconteceu em 1988, achamos que nunca mais ia acontecer aquilo e assim entendemos que nossa luta é eterna”, diz.

Foto: Gabriela Zadvorne/ APP-Sindicato

Vilma Terezinha de Souza Pinto é outra líder sindical que participou do encontro de aposentados(as) da APP-Sindicato. Nascida em uma pequena cidade chamada Santa Fé, ela iniciou sua militância ainda no Movimento Estudantil, ampliando sua consciência sobre educação. No período da graduação em Letras/Inglês, viajava junto de 17 estudantes em uma kombi por uma estrada de chão, em busca de melhores perspectivas de vida e oportunidades profissionais.

Após sua formação em 1980, Vilma mudou-se para Campo Mourão, onde teve a oportunidade de lecionar em escolas particulares, obtendo o conhecimento necessário e dedicando-se seriamente à profissão. Ao iniciar sua carreira na rede pública estadual, assumiu o ideal de proporcionar a melhor educação possível aos seus alunos.

Foto: Gabriela Zadvorne/ APP-Sindicato

A filiação dela na APP aconteceu em 1984, iniciando sua atividade na militância sindical. Ficou presa na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) em 1988, em manifestação contra as políticas de Álvaro Dias, e presenciou o massacre aos professores(as) de 2015.

“Foi uma coisa inacreditável! Quando os professores deixam seu espaço de sala de aula para fazer um ato esse é o último recurso. Quando temos essa consciência crítica da importância da educação pública, gratuita e de qualidade, você faz de tudo para que ela realmente aconteça”, afirma.

Hoje professora aposentada, Vilma continua se dedicando às lutas da categoria. “Eu venho de uma luta muito grande como professora, pois quem abraça essa carreira toma uma consciência de que nós somos pessoas muito importantes para a sociedade, mas que a valorização ainda é muito pequena. Desde que eu tomei consciência disso eu participo da nossa luta sindical”, diz.

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