EXPOSIÇÃO DESTACA A LUTA DE MULHERES PARANAENSES POR DIREITOS, IGUALDADE E RECONHECIMENTO

                                                                                            Orlando Kissner/Alep
Exposição foi aberta nesta segunda-feira (10), no Espaço Cultural da Casa.

“Raízes Paranaenses – A Conquista do Feminino” é o tema da exposição que foi aberta nesta segunda-feira (10), no Espaço Cultural da Assembleia. O evento, que faz parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher, é uma iniciativa da deputada Márcia Huçulak (PSD), com curadoria e conteúdo do Arquivo Público do Estado do Paraná. “A mostra traz à tona e, para conhecimento do público, história de mulheres que fizeram a história do Paraná, que foram predecessoras em várias áreas, como a primeira deputada estadual, a primeira mulher que abriu as escolas para as nossas meninas, a primeira médica do Paraná, enfim, a primeira mulher desembargadora, e nós vamos ver aqui histórias de mulheres que abriram caminhos”.

A deputada enfatizou que “se nós estamos aqui é porque alguém abriu caminho e avançou em espaços de liderança, espaços de poder e espaços de decisão em prol da sociedade. Então, em homenagem às mulheres paranaenses estamos trazendo a história daquelas que chegaram antes de nós”.

Diretora do Arquivo Público do Estado do Paraná, Kassia Cavalari Basso, explica que a mostra fala de mulheres que são ícones que representam o Estado do Paraná. “São mulheres que realmente fizeram a diferença, que deixaram um grande legado para todas nós”, explica ao observar que foi feita uma seleção dentro do arquivo público pelos técnicos. “Nós iniciamos com algumas mulheres, claro, a gente não trouxe todas, mas nós estamos trazendo 11 mulheres que fazem toda essa soma dentro do Estado do Paraná”, completou.

Inspiração

Lizete Marques, sobrinha de Enedina Alves de Marques, a primeira engenheira civil negra do Sul do Brasil, falou com alegria sobre a tia e da inspiração que ela foi para família. “Eu fico muito orgulhosa com essa homenagem, ela foi a única mulher de sete irmãos que estudou e se formou num curso superior. Os outros eram todos profissionais de outro tipo de trabalho, mas ela foi a única a se formar”, contou ao relembrar que não sabe se foi estudar porque queria ser como ela, ou se foi estudar porque queria mesmo estudar. “Eu fiz escola normal, Instituto de Educação, no mesmo que ela fez, e depois fiz Educação Física. Por 35 anos atuei como professora e acredito ser importante honrar e destacar a história dessas mulheres que vieram antes de nós”.

Presente ao evento, a secretária interina da Secretaria da Administração e da Previdência, Marta Cristina Guizelini, ressaltou a importância da mostra. “É um espaço de celebração, mas também de reflexão sobre o papel das mulheres na construção da nossa história. Essa exposição fala sobre todas nós que aqui estamos. Fala das mulheres que vieram antes, das que abriram o caminho com muita coragem e dessas que hoje estão aqui para manter essa nossa história. De muitas outras que vieram ainda nessa trajetória de luta”. Para ela, a exposição deve ser mais do que uma homenagem, “mas um convite para entendermos sobre o nosso próprio papel enquanto mulheres e quando ainda podemos transformar o mundo que vivemos”.

Presenças

Dezenas de representantes de órgãos do Governo do Estado, da Prefeitura de Curitiba e da sociedade civil organizada estiveram presentes na aberta da exposição. Entre eles: Letícia Ferreira da Silva (Controladora-Geral do Estado), Camila Fachin (vice-reitora da UFPR), Tatiane Filipak (secretária de Saúde de Curitiba), Albanir Fracaro (da Associação Comercial do Paraná), Helena Ariola Sperandio (coordenadora de relações institucionais da Faciap), Ethely Santos (presidente do Conselho Regional de Enfermagem), Olga Peterlini (presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Rosita Marcia Wilner (superintendente Federação das Entidades Municipais de Saúde do Paraná), Malu Gomes (conselheira de saúde), as vereadoras Débora Chemin (São José dos Pinhais), Clemilda Santiago Neto (diretora de Igualdade Racial, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da secretaria estadual da Mulher e Igualdade Racial), Maria Tereza Rosa (diretora de Promoção à Igualdade Étnico-Racial da Secretaria das Mulheres e Igualdade Racial de Curitiba), Simone Chagas Lima (chefe de gabinete da Secretaria das Mulheres e Igualdade Racial de Curitiba), Thauana (Fazenda Rio Grande e Haline (Pinhais), Norberto Ortigara (secretário estadual da Fazenda) e o Rafael Greca (ex-prefeito de Curitiba), entre outros.

Homenageadas

Durante a abertura da exposição, a deputada Márcia Huçulak (PSD) prestou homenagem presencial a três mulheres: Ana Paula Joukoski, funcionária mais antiga do Arquivo Público do Estado do Paraná, com 21 anos de casa; Lizete Marques, professora de Educação Física aposentada e sobrinha de Enedina Alves Marques, primeira mulher negra engenheira civil do Sul do País, cuja trajetória está retratada exposição e Regina Portes, a primeira desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, também uma das personalidades presentes na exposição. “Elas representam a força e o dinamismo das mulheres”, disse a deputada.

Figuras femininas

A mostra, que segue até a próxima sexta-feira, dia 14 de março, no Espaço Cultural da Assembleia, exibe documentos, fotografias e informações sobre figuras femininas que foram pioneiras em suas áreas de atuação. São elas:Alice Tibiriçá (1886) – ativista da pauta feminina, presidiu a Federação de Mulheres do Brasil e representou o país no conselho da Federação democrática Internacional de Mulheres, em 1947, em Praga.
Bianca Bianchi (1907) – musicista e professora, uma das fundadoras da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Cecília Westphalen (1927) – criadora do curso de mestrado de História da Universidade Federal do Paraná e uma das fundadoras da Associação Nacional de História.
Chloris Casagrande Justen (1923) – primeira mulher a presidir a Academia Paranaense de Letras, atuou na implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dos Conselhos Tutelares.
Enedina Alves Marques (1913) – primeira mulher negra engenheira civil do Sul do País, pela Universidade Federal do Paraná.
Julia Wanderley (1874) – pioneira da luta por educação das mulheres, foi a primeira mulher a frequentar a Escola Normal e a primeira formada em Curitiba nomeada para o Magistério Público.
Maria Falce de Macedo (1897) – primeira médica do Paraná.
Maria Nicolas (1899) – professora, historiadora, pintora e escritora negra.
Regina Portes (1947) – primeira desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná.
Rita das Neves (1854) – primeira regente da Vila de Morretes.
Rosy de Macedo (1914) – primeira deputada estadual eleita no estado e primeira mulher com título de doutorado em Direito do Brasil.
Roselys Vellozo Roderjan (1927) – professora e historiadora, especialista e ativista sobre folclore.
Therezinha Zerbini (1928) – advogada, defensora dos Direitos Humanos, criou o Movimento Feminino pela Anistia e atuou contra a ditadura militar.

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